Nacional
Deputado Pedro Lucas Fernandes declina indicação para o Ministério das Comunicações
Líder do União Brasil na Câmara havia sido convidado pelo presidente Lula para assumir posto no lugar de Juscelino Filho

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, recusou nesta terça-feira (22/4) o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações. Ele havia sido anunciado para o posto no dia 10 de abril, após o deputado Juscelino Filho, do mesmo partido, ser denunciado criminalmente pela Procuradoria-Geral da República e pedir demissão.
“Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados. A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou Fernandes em nota.
“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, acrescentou.
Fernandes havia recebido apoio tanto do presidente da sigla, Antonio Rueda, como do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para assumir o Ministério das Comunicações. A indicação foi inclusive acertada pelo partido com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). Apesar de ocupar outros dois ministérios —Turismo e Integração Nacional —, o partido possui uma ala bolsonarista na Câmara dos Deputados que rejeita participar do governo Lula. Com a queda da popularidade do presidente, tanto o União como outros partidos do centrão avaliam deixar o governo, pressionados por suas alas mais conservadoras.
Uma amostra da pressão sofrida pelo governo é que 40 dos 58 deputados deputados federais do União Brasil assinaram o requerimento de urgência do PL da Anistia, que beneficia os acusados e condenados pela tentativa de golpe de estado do 8 de janeiro. Além disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lançou recentemente sua pré-candidatura a presidente pelo partido.
A demora para que Fernandes assumisse o posto gerou apreensão no Palácio do Planalto e, nos últimos dias, irritação. No último fim de semana, chegou a antecipar a aliados que provavelmente rejeitaria o convite, segundo noticiou a Folha de S.Paulo. O nome do deputado Moses Rodrigues, do União Brasil cearense, é cogitado para o posto, mas o Planalto já discute rever o espaço do partido no governo.
Leia a nota na íntegra do deputado Pedro Lucas
Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite para assumir o Ministério das Comunicações. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida.
Reflito diariamente sobre o papel que a política deve exercer: servir ao povo com compromisso, equilíbrio e coragem.
Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados. A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil.
Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil.
Seguirei lutando pelo bem-estar de todos os brasileiros, especialmente daqueles que mais precisam. Continuarei atuando com firmeza no Parlamento, buscando consensos, defendendo a boa política e acreditando que o respeito às diferenças é o que fortalece nossa democracia.
PEDRO LUCAS FERNANDES (MA)
Líder do União Brasil na Câmara dos Deputados
Brasília, 22 de abril de 2025.
UNIÃO NA CÂMARA