CIDADE
Promotora acusa Márcia Lucena (PSB) de receber propina e superfaturar preços de medicamentos enquanto era prefeita de Conde
A promotora da Comarca de Conde, Cassiana Mendes de Sá, fez sérias acusações contra a ex-prefeita de Conde-PB na Ação Civil de Improbidade Administrativa 0800497-90.2021.8.15.0441. Uma das acusações é de que Márcia Lucena (PSB) teria incinerado quase 350.000 medicamentos durante seu mandato.
Márcia está sendo denunciada junto com a ex-secretária de Saúde, a advogada Renata Martins, e a então coordenadora da Assistência Farmacêutica de Conde, Cláudia Germana de Souza. As acusações são as seguintes:
MÁRCIA LUCENA
Os crimes denunciados da pessebista estão tipificados no art. 9º, inciso I, art. 10, caput, e incisos V, VIII, X, e art. 11, caput, e inciso I, todos da Lei n. 8.429/92.
I – Receber, para si, dinheiro, a título de gratificação (PROPINA);
II – Dispensar licitação indevidamente;
III – Superfaturar preço da aquisição de medicamentos;
IV – Compra de medicamentos em quantidades superiores às necessidades da população;
V – Falta de controle de estoque dos medicamentos;
VI – Inobservância das regras sanitárias.
RENATA MARTINS
A advogada e ex-secretária de Saúde teria cometido 5 dos 6 crimes cometidos pela sua chefe.
I – Dispensar licitação indevidamente;
II – Superfaturar preço da aquisição de medicamentos;
III – Compra de medicamentos em quantidades superiores às necessidades da população;
IV – Falta de controle de estoque dos medicamentos;
V – Inobservância das regras sanitárias.
CLÁUDIA GERMANA
A enfermeira que comandava a Farmácia Central e acusada de apenas 2 crimes:
I – Falta de controle de estoque dos medicamentos;
II – Inobservância das regras sanitárias.
REMÉDIOS INCINERADOS
O Ministério Público da Paraíba (MP) entrou com uma Ação Civil de Improbidade Administrativa contra a ex-prefeita de Conde Márcia de Figueiredo Lucena Lira (PSB), contra a ex-secretária de Saúde, Renata Martins Domingos e contra a enfermeira Claudia Germana de Souza Feitoza, ex-coordenadora da Assistência Farmacêutica de Conde.
Segundo o MP, entre os anos de 2017 e 2020, quase 350 mil medicamentos vencidos foram incinerados. O número é 14 vezes maior que a população da cidade. Os dados são da Sim Gestão Ambiental Serviços Ltda, empresa responsável pela coleta e descarte de lixo hospitalar de Conde na Gestão Márcia Lucena.
Mais medicamentos vencidos foram encontrados entre os dias 03 e 05 de junho de 2020 na Farmácia Central e em uma sala descaracterizada no centro da cidade.
Parte destes medicamentos deixou de ser usados no tratamento a Covid-19, que em junho de 2020 já havia contaminado 103 pessoas em Conde. Um exemplo é a Azitromicina encontrada nos corredores da Farmácia Central e incinerado aos milhares.
A Ação se baseia em relatórios da Polícia Civil, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) e do Conselho Regional de Farmácia (CRF), a partir de uma denúncia após uma visita de fiscalização de Malba e Adriano Ferreira, vereadores da última legislatura.
O MP pediu o bloqueio dos bens das 3 acusadas para garantir o pagamento de R$ 738.265,00, além da inelegibilidade para cargos públicos eletivos.