Politíca
Meu voto favorável a PEC que trata da Reforma da Previdência na PB não foi uma decisão de princípio ideológico foi em favor de um equilíbrio fiscal inevitável
Não há como estabelecer aqui uma fonte de receita nova para a previdência baseada nas grandes fortunas, pois não temos competência legislativa para isso”, explicou o parlamentar, lembrando que Cajazeiras, Patos outros municípios e estados terão, inevitavelmente, que fazer a reforma.
O voto favorável do deputado estadual Jeová Campos a PEC 20/2019 que trata da Reforma da Previdência do Estado da Paraíba, durante sessão remota, não foi uma decisão de princípio ideológico, mas, fruto de uma reflexão sobre a difícil situação da PBPrev. “Fui e sou contra o projeto de Reforma da Previdência que deveria ter taxado as grandes fortunas e não taxou, que deveria barrar os lucros exorbitantes dos bancos e punido sonegadores, mas, nada disso foi feito e a conta dessa benevolência recai agora sobre o plano estadual, obrigando Estados e Municípios a fazerem isso. No caso da Paraíba é preciso fazer esse equilíbrio financeiro com a PBPrev, cuja situação é extremamente difícil e não tem como o governo continuar mais colocando R$ 1 bilhão, todos os anos, para tapar o rombo da PBPrev. Eu apenas compreendi que qualquer que seja o governador, a gestão estadual precisará fazer esse equilíbrio fiscal, daí meu voto favorável”, argumentou o parlamentar.
O deputado lembra que a PEC adequa o regime estadual à reforma previdenciária aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional que, inevitavelmente, penaliza os servidores. “Infelizmente, os servidores municipais, estaduais e da União estão sendo chamados a pagar uma conta que os banqueiros não vão pagar, que os sonegadores não vão pagar, os mais ricos do país também não vão pagar. O Plano Nacional, chancelado pelo Paulo Guedes, jogou no colo dos servidores essa conta e agora estados e municípios não terão outra saída e serão obrigados a fazer isso”, reitera Jeová.
O deputado lembrou que, numa primeira votação, foi um dos parlamentares que solicitou mais tempo para debater essa Reforma, mas, que ela necessariamente terá que ser feita. “Não tem como a Constituição do Estado da Paraíba não se adequar a Constituição Federal. A Paraíba não vai ser agora um estado independente e autônomo em relação a República Federal. Eu fui contra a reforma porque sempre defendi que era preciso construir novas fontes de receita para a Previdência, tributando as grandes fortunas, combatendo a sonegação. De fato, a Previdência precisa ter novas fontes de receita. O estado da PB só tem a contribuição do estado ou dos próprios servidores. Não há como estabelecer aqui uma fonte de receita nova para a previdência baseada nas grandes fortunas, pois não temos competência legislativa para isso”, explicou o parlamentar, lembrando que Cajazeiras, Patos outros municípios e estados terão, inevitavelmente, que fazer a reforma.
Jeová criticou a incoerência, sem nominar, que muitos deputados estaduais que defenderam a reforma previdenciária do governo Bolsonaro, votaram contra a PEC 20/2019. “Esse discurso demagógico que tirou do Governo Federal a obrigação de resolver esse problema do déficit na Previdência e repassou para estados e municípios é uma incoerência”, disse ele, lembrando que se nada for feito hoje, o déficit atual da PBprev vai requerer do Governo Estadual, daqui há dez anos, um ano inteiro de receita apenas para tampar o rombo da previdência que, atualmente, é cerca de R$ 1 bilhão. A PEC que define regras de transição, aumenta o tempo de contribuição, de serviço e idade mínima para aposentadoria de mulheres (55 para 62 anos de idade) e homens (60 para 65 anos), além de propor a criação de uma contribuição extraordinária dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas, caso seja apresentado déficit na previdência, foi aprovada por 24 votos a favor e 12 contra a Reforma.