Politíca
“Querem transformar velhice em doença para compensar a nossa falta de políticas para cuidar dos idosos”, diz Jutay
O deputado estadual Jutay Meneses (Republicanos) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), nesta terça-feira (5), durante primeira sessão híbrida da Casa de Epitácio Pessoa, para apresentar informações de medida da Organização Mundial de Saúde (OMS) que visa transformar a velhice em doença. “Querem transformar velhice em doença para compensar a nossa falta de políticas para cuidar dos idosos”, disse o parlamentar, que tem como uma das bandeiras de luta do seu mandato a defesa dos idosos.
“Muito nos preocupa quando a OMS tenta transformar a velhice em uma Classificação Internacional de Doenças (CID). A medida está para ocorrer já na 11º Edição da CID, que deve ser publicada ainda em Janeiro de 2022 para que se torne, em um prazo de dois anos, um rótulo de velhice e substitua como senilidade utilizando a CID-10”, explicou o deputado.
O republicano destacou também que especialistas apontaram que a medida pode levar a um erro no diagnóstico de idosos, se a maior parte dos óbitos de pessoas com mais de 60 anos forem classificados como velhice, pois isso pode gerar problemas nos dados. “Além disso, a proposta não é clara em relação à idade necessária para que a pessoa seja considerada velha. Aqui no Brasil, por exemplo, o padrão utilizado é de 60 anos para estatísticas e classificações. Na Eupora, com uma população idosa maior isso muda, na Itália o padrão adotado é de 75 anos”, apontou.
De acordo com Jutay, com essa proposta apresentada pela OMS a velhice é tratada como doença. “Isso eu acho que é muito ruim para essa população, que já contribuiu e ainda tem condição de contribuir muito para o avanço do nosso país, a partir de suas experiências. Hoje as pessoas estão em condição de trabalho. Essa população ainda tem condição de trabalhar, de produzir e a OMS a quer desconsiderar como velhice”, ponderou.
O deputado afirmou que a velhice não é uma doença e sim uma conquista de tudo que o ser humano pôde fazer e já fez ao longo da vida. “Feliz daquele que pode chegar à velhice, a terceira idade com saúde. A verdade é que faltam políticas públicas para os idosos em nosso país e isso se estende aos estados e municípios. O que nós temos que fazer, o que a OMS tem que fazer é criar mecanismos para que idosos tenham mais longevidade”, analisou.