Politíca
João, Veneziano e a oposição com um pé no segundo turno
Por: Valter Nogueira
A um candidato franco favorito em uma eleição majoritária, disputada em dois turnos, é recomendável fazer um esforço extra para liquidar a fatura no primeiro tempo do jogo ou, no mínimo, sair desta etapa na frente com uma larga vantagem de votos. Caso contrário, a reversão do quadro acontece por gravidade.
O motivo do introito é para dizer que, no caso da Paraíba, a ala oposicionista já tem consciência de que precisa botar um pé no segundo turno da eleição para governador do Estado, em outubro deste ano. Isso, para virar o jogo no segundo tempo.
Na hipótese de um segundo turno, as coisas podem se complicar para João Azevêdo – pré-candidato a reeleição. Hoje, franco favorito a vencer o pleito.
Seguindo essa hipótese – não é tese –, o navio que navega em águas tranquilas pode, de uma hora pra outra, enfrentar um mar revolto. Quando o barco começa a afundar, os ratos são os primeiros a abandonar a embarcação.
Sinais
O projeto de reeleição do governador não pode desconsiderar alguns sinais. Não se trata de especulações, mas de três fatos reais, no mínimo:
1 – Debandada do Clã Feliciano;
2 – Provável candidatura ao governo de Veneziano Vital do Rêgo. Este não tem nada perder, é senador e tem mais quatro anos de mandato;
3 – A ainda indefinida adesão de Romero Rodrigues ao esquema do governo, antes dada como certa;
Veneziano Vital
Azevêdo precisa definir o relacionamento com o senador Veneziano Vital. Caso o senador decida ser candidato ao governo, tem condições de se tornar, em pouco tempo, o mais forte adversário de João Azevêdo nas urnas.
Veneziano é jovem, bom de oratória e filho de Campina Grande. E, o mais importante, pode atrair para si o apoio do PT, com Lula em palanque pedindo votos. De quebra, terá inevitavelmente apoio do grupo liderado pelo ex-governador Ricardo Coutinho.
Resumo
De longe, a provável candidatura de Veneziano é a mais capaz de levar as eleições a um segundo turno. E virar o jogo no segundo tempo.