Internacional
Laboratórios francês e sueco confirmam envenenamento de Navalny
Após exame na Alemanha, mais dois laboratórios apontam que líder oposicionista russo foi de fato envenenado com agente do tipo Novichok, diz o governo alemão, que volta a pedir esclarecimentos ao Kremlin.
Laboratórios da França e da Suécia confirmaram que o líder oposicionista russo Alexei Navalny foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novichok, anunciou nesta segunda-feira (14/09) o governo da Alemanha.
“Renovamos nosso apelo à Rússia para que forneça os esclarecimentos sobre o que se passou”, afirmou o governo alemão, que reforçou a declaração de que o envenenamento constitui uma “grave violação” da Convenção sobre Armas Químicas.
Um dos maiores críticos do governo do presidente Vladimir Putin, Navalny, de 44 anos, é conhecido por seus inquéritos anticorrupção mirando a elite política russa. Ele sentiu-se mal durante uma viagem de avião em 20 de agosto e foi hospitalizado de urgência em Omsk, na Sibéria, antes de ser transportado em coma induzido para Berlim.
A Alemanha e outros países ocidentais acusaram as autoridades russas de envenenamento, mas o Kremlin rejeitou qualquer envolvimento no caso e solicitou à Alemanha que compartilhe os documentos que comprovam o envenenamento.
Segundo as autoridades alemãs, o principal opositor do Kremlin foi, “sem dúvida”, envenenado na Rússia por um agente do tipo Novichok, uma substância concebida na época soviética para fins militares e já utilizada contra o ex-agente duplo russo Serguei Skripal e sua filha Yulia, em 2018, na Inglaterra. O envenenamento havia sido constado por um laboratório especial, a pedido do Hospital Universitário Charité de Berlim, onde Navalny está internado, segundo anunciou Berlim.
Uma semana após deixar o coma, Navalny não está mais respirando com a ajuda de aparelhos, vem recuperando os movimentos e já consegue sair da cama, segundo informou o hospital nesta segunda-feira.
Pressionado por alguns políticos alemães, o ministro do Exterior, Heiko Maas, afirmou no início do mês que a Alemanha cogitava discutir possíveis sanções à Rússia pelo envenenamento.