ECONOMIA
Cai para 6,2 milhões número de trabalhadores afastados pela pandemia na 3ª semana de julho
O número de pessoas que estava temporariamente afastadas do trabalho devido ao distanciamento social caiu pela oitava semana seguida. De 7 milhões na segunda semana de julho, passou para 6,2 milhões na terceira semana, segundo a PNAD COVID19 semanal, divulgada hoje (7) pelo IBGE. No início de maio, quando a pesquisa começou, 16,6 milhões haviam sido afastados por conta do isolamento. Com isso, cerca de 10,4 milhões retornaram ao trabalho.
“Como o total de pessoas não afastadas do trabalho aumentou na terceira semana de julho, isso indica que a maioria das pessoas que estavam afastadas pelo distanciamento voltaram para o trabalho que tinham antes da pandemia”, explicou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
Já o grupo de pessoas que alega motivo diferente do distanciamento social para estar afastado do trabalho ficou estatisticamente estável, em 3,1 milhões. “Esses trabalhadores podem estar afastados por outros motivos, como licença para tratamento de doença e licença maternidade, por exemplo”, disse Maria Lúcia, observando que um total de 9,3 milhões estavam afastados do trabalho na terceira semana de julho.
Também ficou estável o número de pessoas que trabalhavam de forma remota (8,2 milhões) na terceira semana de junho. Esse grupo diminuiu, pela primeira vez, na semana anterior. No início de maio, 8,7 milhões estavam trabalhando de casa.
O grupo de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego devido à pandemia ou por falta de trabalho na localidade em que vive ficou em 18,6 milhões.
A pesquisa também mostra que a taxa de informalidade recuou para 32,5% na terceira semana de julho, frente a anterior. Isso corresponde a 26,6 milhões de pessoas. No início de maio, 29,9 milhões (35,7%) estavam na informalidade.
Entre os informais estão os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
A taxa de desocupação ficou em 13,1%, atingindo 12,3 milhões de pessoas sem trabalho. A ocupação pouco variou na terceira semana de julho, em relação à anterior, somando 81,8 milhões de pessoas, mas esse número é menor que o da primeira semana de maio (83,9 milhões). Menos da metade da população (48,0%) estava trabalhando na terceira semana de julho.
2,8 milhões com sintomas buscaram atendimento médico no SUS
Cerca de 13,8 milhões de pessoas se queixaram de algum dos sintomas de síndrome gripal, mas somente 3,3 milhões buscaram atendimento médico, a maioria (2,8 milhões) em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) na terceira semana de julho. Desse total, 135 mil ficaram internados em algum hospital. No início de maio, quando a PNAD COVID19 começou, 26,8 milhões relataram algum sintoma.
Dor de cabeça foi a queixa mais recorrente (6,3 milhões) na terceira semana de julho, seguida por nariz entupido ou escorrendo (5,2 milhões), tosse (4,5 milhões), dor muscular (3,8 milhões), dor de garganta (3,8 milhões), fadiga (2,5 milhões), perda de cheiro ou de sabor (1,7 milhão), dificuldade de respirar (1,7 milhão) e dor nos olhos (1,4 milhão).
Entre as 3,3 milhões de pessoas que tiveram algum desses sintomas, 44,6% disseram ter buscado atendimento médico em postos de saúde públicos, 22,4% em prontos-socorros e outros 18,1% em hospitais do SUS. Já na rede privada, 9,3% procuraram ambulatório ou consultório privado ou ligado às forças armadas, 5,9% foram para prontos-socorros privados e 10,8% para hospitais privados.
No mesmo período, 76,6% afirmaram ao IBGE não terem procurado nenhum estabelecimento de saúde. Já 59,1% disseram tomaram remédio por conta própria. Outros 13,9% tomaram medicamento com orientação médica. Além disso, 4,3% ligaram para algum profissional de saúde e 2,5% receberam visita de algum profissional de saúde do SUS.
A PNAD COVID19 é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal. O IBGE faz divulgações semanais e uma mensal da pesquisa, que se enquadra como um dos produtos das Estatísticas Experimentais.