Internacional
“Perdas, dor e angústia” após ataques aéreos marcam o início do ano na Ucrânia
Chefe humanitária das Nações Unidas no país assinala casos fatais de várias crianças; risco para civis aumenta com falta de eletricidade em grandes cidades ucranianas que sofrem feitos dos ataques
A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Denise Brown, condenou com veemência os ataques aéreos que nos primeiros dias deste ano causaram “mortes generalizadas, destruição de casas e de infraestruturas civis” em cidades do país.
Para Denise Brown, a mais recente ofensiva no período gera “perdas, dor e angústia”. Os ataques aéreos russos que aconteceram pelo terceiro dia consecutivo “custaram a vida de várias crianças”.
Sem eletricidade ou água
Para a representante, a situação é particularmente alarmante porque várias partes da capital, Kiev, estão sem eletricidade ou água. A grande ameaça é com a previsão da queda das temperaturas para -20 graus Celsius no final desta semana.
Na região de Donetsk, os confrontos deixaram centenas de milhares de pessoas sem eletricidade agravando a situação já considerada terrível. Ela reiterou o compromisso da comunidade humanitária em seguir apoiando o povo da Ucrânia.
Brown sublinhou a necessidade da comunidade internacional fornecer ajuda aos que “sofrem a devastação causada pela invasão da Rússia”. Ela expressou solidariedade às pessoas próximas dos mortos, feridos ou desaparecidos.
Em rede social, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, destacou haver muitas crianças ucranianas que foram forçadas a passar a noite abrigadas nas estações de metrô da cidade capital.
Poetas condenados na Rússia
Ainda em relação ao conflito, uma especialista independente da ONU* disse que é preocupante o uso contínuo da legislação e do sistema judicial para reprimir a liberdade de expressão, incluindo a expressão artística na Rússia.
Um tribunal em Moscou prendeu dois poetas por recitarem poemas contra a guerra na Ucrânia em sessão pública de poesia antiguerra. Em 28 de dezembro Artyom Kagardin teve uma sentença de sete anos de prisão e Yegor Shtovba de cinco anos e meio.
Para a relatora especial sobre a situação dos direitos humanos na Rússia, Mariana Katzarova, Kagardin e Shtovba devem ser imediatamente libertados. Ela instou as autoridades russas a darem soluções eficazes contra as violações dos direitos humanos dos poetas.
O apelo feiro às autoridades de Moscovo é que “investiguem imediatamente as alegações de tortura e maus-tratos contra Kagardin durante a sua detenção e levem à justiça os responsáveis por estes crimes”.
A decisão foi tomada três dias após o evento “Leituras de Mayakovsky”, no qual ambos participaram de forma independente no recital contra a mobilização e o conflito.