ECONOMIA
Sobre a economia, Guedes diz que “nós estamos decolando”
Ministro do governo Bolsonaro comparou a queda do PIB ao barulho de um raio
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou, nesta terça-feira (1º), a queda do Produto Interno Bruto (PIB) ao “barulho de um raio” que caiu no passado. No segundo trimestre, a economia brasileira registrou uma retração inédita de 9,7% na comparação com os três meses anteriores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
– Isso é lá atrás. Isso é um impacto de lá atrás. Nós estamos decolando em V. Esse é o barulho do raio que caiu em abril – disse o ministro ao ser questionado.
O ministro falou rapidamente com a imprensa após anúncio pelo presidente Jair Bolsonaro da prorrogação do auxílio emergencial por mais quatro meses. Perguntado, o presidente se recusou a comentar a queda da atividade econômica. O segundo trimestre foi o período mais intenso dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, como mostraram também dados de outros países.
A expectativa é que a economia tenha voltado a crescer no terceiro trimestre, mas há dúvidas sobre o ritmo de recuperação, principalmente por causa das sequelas no mercado de trabalho e da situação fiscal do país. Em relação ao mesmo período de 2019, o PIB caiu 11,4%. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996, segundo o IBGE. O IBGE também revisou o resultado do primeiro trimestre de uma queda de 1,5% para retração de 2,5%.
Nesta terça-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão também disse que a queda da atividade econômica “estava na conta”. Segundo ele, o resultado do terceiro trimestre deve apresentar um crescimento de cerca de 5%.
– Essa queda já estava prevista e estava na conta. A gente já sabia que isso ia acontecer. Por conta da pandemia, estava precificado. Agora, a partir do segundo semestre, nós sabemos que vamos começar um movimento mais vigoroso de retomada – acrescentou.
Nota técnica divulgada pelo Ministério da Economia nesta terça afirma que a atividade no Brasil retraiu menos do que em outros países e já está em processo de recuperação. Documento produzido pela Secretaria de Política Econômica da pasta argumenta que a retração é uma das menores entre “as principais economias”. Segundo o estudo, a queda média no grupo das sete maiores economias do mundo foi de 11,9% no período, enquanto os dados foram de -13,7% no Chile, -19% no México e -23,9% na Índia.
– O resultado do PIB do segundo trimestre mostra a forte retração da atividade econômica, resultado da pandemia que assola a grande maioria dos países. No entanto, as medidas de preservação de emprego e manutenção da renda limitaram a deterioração mais aguda da economia – afirma.
De acordo com a nota, o ponto mais baixo do resultado foi observado em abril e os indicadores recentes apontam que a atividade está em processo de retomada.
– As projeções dos analistas de mercado [para a economia brasileira] melhoraram continuamente desde junho, devido aos resultados mais positivos dos indicadores de atividade, notadamente, varejo e indústria – informa.
Para a recuperação da economia, a pasta defende a aprovação de reformas estruturais pelo Congresso. Entre a prioridades, estão a nova lei de falências, a abertura do mercado do gás e o novo marco legal da cabotagem.