Internacional
Polícia grega usa gás lacrimogêneo contra refugiados em Lesbos
Migrantes protestaram diante de obras do alojamento para os desabrigados do campo de Moria, pedindo para poder deixar a ilha. Ministro grego da Migração apela por solidariedade da Europa
A polícia grega reprimiu neste sábado (12/09) um protesto de refugiados diante do novo acampamento que está sendo construído na ilha de Lesbos para abrigar os que ficaram sem teto após o incêndio no acampamento de Moria. De acordo com a mídia local, alguns manifestantes atiraram pedras contra as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo. De resto, o protesto transcorreu pacífico.
Trata-se do segundo protesto dos migrantes nas últimas 24 horas. Eles se insurgem contra a acomodação num novo campo, pedindo para serem libertados e deixar a ilha. Esse sentimento é compartilhado pela população e as autoridades locais, que exigem do governo do conservador Kyriakos Mitsotakis a transferência dos mais de 12 mil refugiados para o continente grego.
Atenas, entretanto, ordenou o prosseguimento dos trabalhos de construção do novo alojamento, situado num campo de tiro a poucos quilômetros de Moria. O ministro grego da Migração, Notis Mitarakis, garantiu que os primeiros refugiados poderão ocupar ainda neste sábado as novas instalações.
Ele acrescentou que todos os recém-chegados serão submetidos de imediato a testes do novo coronavírus, com os contaminados sendo colocados em quarentena. As autoridades desconhecem o paradeiro da maior parte dos 35 doentes de covid-19 que se encontravam no campo de Moria antes do incêndio da madrugada de quarta-feira.
Numa mensagem que tem sido repetida pelo governo em Atenas, Mitarakis insistiu que as ilhas gregas não podem continuar a arcar sozinhas com o fardo da migração, e exortou a União Europeia a demonstrar solidariedade.