Internacional
Polícia do Capitólio teme novo ataque e reforça segurança
Informações dos serviços secretos indicam que milícia estaria planejando ataque por acreditar que 4 de março é data do retorno de Trump ao poder. Crença teria ligação com teoria da conspiração QAnon
A segurança do Capitólio, em Washington, foi reforçada nesta quarta-feira (03/03) devido a um possível plano de uma milícia para atacar novamente o local.
Pelo mesmo motivo, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos cancelou a sessão prevista para esta quinta-feira. O Senado, porém, deverá se reunir.
Os serviços secretos afirmaram ter recolhido informações sobre um possível ataque de uma milícia ao Capitólio nesta quinta-feira. A polícia do Capitólio afirmou que leva as informações a sério e que identificou a milícia, sem nomeá-la.
O plano parece ter relação com a teoria da conspiração QAnon. Seguidores dela acreditam que 4 de março é o dia em que o ex-presidente Donald Trump vai retornar ao poder nos Estados Unidos para reiniciar sua cruzada contra os inimigos do país. Eles se aferram a essa data porque, até 1933, os presidentes americanos eram empossados em 4 de março.
Mas muitos grupos ligados à QAnon alertaram seus seguidores nas redes sociais para não participarem de nenhuma ação em 4 de março, afirmando que se trata de uma armadilha para apoiadores de Trump. Aparentemente, a tese em torno do 4 de março não é unânime entre seguidores da QAnon.
Agentes de segurança relataram à agência de notícias AP que autoridades identificaram chats online em que membros da milícia antigovernamental Three Percenters debatem possíveis ataques ao Capitólio nesta quinta-feira.
Integrantes do Three Percenters estavam entre os extremistas que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro. Na época, a polícia do Capitólio foi duramente criticada pela invasão, na qual cinco pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
A crítica é de que a polícia do Capitólio estava mal-preparada para lidar com a massa de apoiadores de Trump, alguns deles armados, que invadiu o Congresso. Além disso, passaram-se horas até reforços da Guarda Nacional chegarem.
Desta vez, a polícia do Capitólio indicou que não quer dar chance ao azar. Uma cerca com arame farpado no topo foi colocado em torno do prédio, e a segurança foi reforçada.