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O 5G substituirá o serviço de banda larga fixa? Já tem operadora apostando nisso
Dentre os modelos de receita da maioria das operadoras de telefonia mundo, dois deles são bem definidos: o pacote de internet móvel, com um plano de dados para smartphones e tablets; e a banda larga fixa, que é oferecida em residências e escritórios. Ambos são responsáveis por boa parte do faturamento das empresas do setor.
No entanto, no começo de abril deste ano, a operadora norte-americana T-Mobile lançou um terceiro modelo que pode ser um divisor de águas na forma como as teles ganham dinheiro: trata-se de um serviço de internet 5G doméstico que, segundo a T-Mobile, fornecerá velocidades de download que variam entre 50 a 100 Mbps e uplods de 10 a 25 Mbps. E, o melhor de tudo: não há limite de dados.
O serviço 5G doméstico da T-Mobile custa US$ 60 (cerca de R$ 313) e, segundo a operadora, “sem taxas ou impostos adicionais. Sem taxas de equipamento. Sem contratos. Sem surpresas ou contas explodindo.” Mas, como não se pode ter tudo nessa vida, a T-Mobile avisa que os clientes desta modalidade podem ter velocidades mais lentas do que seus usuários móveis quando as redes estiverem congestionadas – ainda que a própria operadora afirme que “tal fato seja raro de acontecer e que os clientes de internet doméstica “recebam a mesma priorização de rede que os usuários de dados pesados, mas devem ser menos propensos a experimentar congestionamento porque o equipamento está estacionário e disponível em áreas limitadas.”
Como o serviço funciona
Na internet 5G doméstica da T-Mobile, ao assinar o serviço, seus clientes ganharão um roteador e um modem que converte o sinal 5G em Wi-Fi, fornecendo o sinal a todos os dispositivos de uma casa. Segundo a operadora, o roteador usa o padrão Wi-Fi 6 junto com “[m] uti-user MIMO, que cria mais capacidade conforme mais usuários se conectam, melhorando as velocidades individuais quando muitos dispositivos estão acessando a rede. Além disso, os clientes podem configurar até quatro nomes de rede (SSIDs) em cada gateway.
E antes que algum espertinho pense na mobilidade da coisa, a T-Mobile já avisa: ela não oferece suporte para uso fora do endereço onde o usuário assinou o serviço. Segundo a operadora:
“O gateway de Internet de alta velocidade da T-Mobile é específico para seu endereço elegível, então você não pode movê-lo de um local para outro. Isso nos ajuda a garantir que o local de uso atenda aos padrões de nossa rede para fornecer a você melhor qualidade no serviço”.
5G para inclusão digital no Brasil
A T-Mobile afirma que a sua internet 5G doméstica está disponível para até 30 milhões de lares nos EUA, o que inclui diversas áreas metropolitanas. No entanto, o foco da empresa são as regiões com menor densidade populacional. A empresa afirma que 10 milhões de famílias elegíveis estão em áreas rurais norte-americanas, com o restante em áreas urbanas e suburbanas. E que nos próximos cinco anos, espera ganhar entre 7 milhões e 8 milhões de clientes de Internet sem fio fixa.
E esta nova modalidade mostra o potencial do 5G para ajudar a resolver um problema que atinge boa parte do mundo: a ausência de inclusão digital nas regiões mais remotas. E no Brasil, esse tipo de serviço pode ser uma boa oportunidade para as chamadas operadoras competitivas – prestadoras de serviços de conexão a internet, com exceção das quatro maiores: TIM, Claro, Vivo e Oi.
Isso porque as operadoras competitivas contam com quase 70% da estrutura de fibra ótica do pais, essencial para conectar as torres 5G. E as empresas que pertencem a esse grupo têm atuação, majoritariamente, regional, já que chegam em regiões brasileiras que não interessam às grandes operadoras. Ou seja, elas são de suma importância para fazer com o 5G chegue a locais mais remotos – seja a partir do swap (quando as grandes operadoras usam a estrutura de fibra das competitivas para levar os seus serviços), seja elas mesmas oferecendo seus produtos voltados ao usuário final.
E a velocidade da internet 5G doméstica?
De acordo com um repórter do site CNET que testou o serviço, ele conseguiu transmitir horas de vídeo em 4K, participou de reuniões via Zoom e ainda baixou jogos pesados no seu PC. E não encontrou problemas de lentidão em nenhuma dessas operações. No entanto, esse desempenho pode variar quando o serviço da T-Mobile tiver um número maior de usuários.
A própria T- Mobile afirmou ao site Ars Technica que “suas velocidades típicas de Internet doméstica excedem em muito a largura de banda necessária para transmitir vídeo em 4K, mas que as velocidades podem variar dependendo do local, intensidade e disponibilidade do sinal, hora do dia e outros fatores. E que os clientes receberão a velocidade máxima que a rede é capaz de oferecer em suas residências, já que não há opção de atualização para um plano mais rápido”.
Façam as suas apostas
Com informações da T-Mobile e Ars Technica