Saúde
Quer que a vacina funcione pra você? Então cuide da sua microbiota
Já se sabe que a vitamina D controla a microbiota intestinal, com fortes efeitos sobre o coração – igualmente, a exposição ao Sol melhora microbiota intestinal.

Bactérias boas e vacinas
Aumentam a cada dia os indícios de que a composição e a função da microbiota intestinal das pessoas são “fatores cruciais” para afetar as respostas imunológicas às vacinas.
Esta é a principal conclusão de uma revisão científica abrangente sobre o assunto, feita por especialistas australianos e norte-americanos.
Os dados comprovam que a variação da resposta imunológica às vacinas pode ser combatida com intervenções direcionadas à microbiota, ajudando pessoas de todas as faixas etárias – de crianças a idosos – a aproveitar ao máximo os benefícios das vacinas.
A proteção dada pelas vacinas é tipicamente induzida pelas células B, que produzem anticorpos específicos para o antígeno, mas as células T também ajudam a mediar a proteção induzida por algumas vacinas.
“Nosso estudo encontrou evidências crescentes de que a microbiota intestinal – que é altamente variável entre os indivíduos, ao longo da vida e entre várias populações ao redor do mundo – é um fator crucial na modulação das respostas imunológicas das células B e T às vacinações,” disse a professora Saoirse Benson, da Universidade Flinders (Austrália).
Já se sabe que a vitamina D controla a microbiota intestinal, com fortes efeitos sobre o coração – igualmente, a exposição ao Sol melhora microbiota intestinal.
Reforço para as vacinas
Os pesquisadores também chamaram a atenção para estudos que estão usando camundongos livres de germes – sem microbioma, criados em ambientes estéreis em laboratório – para avaliar quais bactérias são as melhores para reforçar as respostas imunológicas à vacinação.
“Uma melhor compreensão de como a microbiota regula essas respostas vacinais também pode dar suporte ao uso de adjuvantes específicos por população, mais adaptados para melhorar as respostas às vacinações,” disse a pesquisadora. “Há mais coisas que podemos fazer para otimizar a eficácia das atuais vacinas se entendermos mais sobre a microbiota intestinal e as intervenções, como prebióticos e probióticos.”
A equipe está agora analisando os resultados de um estudo clínico sobre como o impacto dos antibióticos no microbioma intestinal de bebês pode afetar as respostas imunológicas às vacinações infantis de rotina.
Tem havido um grande número de estudos sobre o “eixo intestino-cérebro“, uma rede complexa que liga a função intestinal aos centros emocionais e cognitivos do cérebro, mas este é o primeiro estudo de larga escala a mostrar uma conexão entre as bactérias comensais e os efeitos das vacinas. Contudo, já se sabia que o sistema de comunicação entre intestino é cérebro é regulado pela atividade neural, pelos hormônios e pelo sistema imunológico.