Internacional
Cuba confirma uma morte em protestos contra o governo
Confronto entre manifestantes e forças de segurança na periferia de Havana deixa um homem morto. Várias pessoas são feridas e inúmeras outras, detidas
Um homem de 36 anos morreu durante um confronto entre manifestantes e forças de segurança em Cuba. A vítima foi identificada pelo Ministério do Interior como sendo Diubis Laurencio Tejeda, de 36 anos.
Várias outras pessoas ficaram feridas e inúmeras foram detidas, informou a agência de notícias de Cuba. O confronto ocorreu durante uma manifestação no bairro de La Guinera, na periferia de Havana.
O protesto desta segunda-feira, num dos bairros mais pobres da periferia da capital, foi transmitido ao vivo em redes sociais, apesar de o acesso à internet móvel ter sido cortado pelo governo já no domingo.
As imagens mostram dezenas de pessoas caminhando pelas ruas e gritando palavras de ordem como “liberdade” ou “o povo unido jamais será vencido”.
Maiores protestos desde 1994
Desde domingo ocorrem protestos contra o governo em vários locais de Cuba. Manifestações desse tipo são raras na ilha comunista, onde o governo tolera poucas críticas.
Os manifestantes culpam o governo do presidente Miguel Díaz-Canel pela falta de alimentos e remédios, pelos cortes de energia e pela pior onda de covid-19 desde o início da pandemia.
Já Díaz-Canel afirmou que os protestos são orquestrados por contrarrevolucionários financiados pelos Estados Unidos. O Irã acusou os EUA, que expressaram apoio ao direito dos cubanos de se manifestar, de interferirem em assuntos internos de Cuba.
A organização internacional Human Rights Watch afirmou que mais de 150 pessoas foram presas ou estão desaparecidas. No domingo, jornalistas da emissora CNN testemunharam várias pessoas sendo detidas e levadas embora em furgões em Havana.
O governo cubano não divulgou quantas pessoas foram presas ou feridas nos protestos. Também não foram confirmadas outras mortes, além da desta segunda-feira.
Os protestos são os primeiros desde o famoso “Maleconazo” de 1994, no meio da crise econômica do chamado “Período Especial”, os anos seguintes ao fim da União Soviética.