CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Pix, WhatsApp e contas digitais impulsionam empreendedorismo na pandemia
Pesquisa da fintech curitibana Juno aponta uma nova realidade econômica no país, na qual a expansão das MPEs exige novas soluções digitais
No ano passado, as micro e pequenas empresas (MPEs) responderam por 30% de tudo que foi produzido no país e foram responsáveis por 55% dos empregos gerados, de acordo com o Ministério da Economia. No contexto de pandemia, uma pesquisa da fintech Juno revela que 60% dos entrevistados começaram seus serviços em meios digitais, sendo as redes sociais o principal meio para atrair novos consumidores e para a manutenção do relacionamento com quem compra.
“Hoje em dia o Instagram virou a vitrine de uma loja online”, comentou uma das 400 participantes do estudo, enfatizado a importância das redes para o seu negócio. Para as MPEs abertas durante a pandemia, o WhatsApp foi o principal canal (83%) utilizado pelos entrevistados para vender e atender clientes. Em seguida, figura o Instagram (58%).
O estudo também aponta que 33% das MPEs abertas durante a pandemia investiram ou pretendem investir em algum curso ou consultoria focados em gestão. Já a maioria (83%) contratou ou pretende investir em serviços de marketing digital para veicular anúncios nas redes sociais e alavancar as vendas.
As movimentações financeiras pela internet também facilitaram a vida desses empreendedores. Neste sentido, o Pix apareceu como destaque do mapeamento. Lançado há dez meses, o sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central caiu como uma mão na roda para facilitar e eliminar os custos das transações, especialmente em um período de isolamento social.
“O Pix foi um achado no meio da pandemia. Muitas MPEs tinham maquininhas e outros métodos que não podiam mais utilizar. Com o Pix, houve a democratização de produtos bancários no país e, junto com os bancos digitais, trouxe uma facilidade operacional essencial para o atual momento”, avaliou André Carrera, diretor de Produto da Juno.
Ao mesmo tempo, foram abertas cerca de 7,4 milhões de contas digitais no Brasil no ano passado, de acordo com o levantamento de Tecnologia Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Essas soluções avançaram no mercado por serem menos engessada e mais em conta, uma vez que não cobram tarifas mensais.
O levantamento destaca, ainda, o surgimento de uma nova realidade da economia do país, na qual a ampliação do grupo de pequenos e médios empreendedores exige novas soluções financeiras. Frente a essas oportunidades, a Juno ressaltou que está focada em lançar produtos e serviços que possam atender melhor os empreendedores, e que se adequem às necessidades próprias desse público para desenvolverem os seus negócios.