Internacional
Protestos na Alemanha pedem refúgio para afegãos em risco
Centenas de pessoas vão às ruas do país reivindicar mais apoio de Berlim aos que colaboraram com forças ocidentais e agora temem ser assassinados pelo Talibã
Centenas de pessoas foram às ruas em diversas cidades na Alemanha neste fim de semana pedir mais ajuda e concessão de refúgio a pessoas em situação risco no Afeganistão.
Manifestantes se reuniram neste domingo (22/08) sob chuva intensa diante da sede do governo alemão, no centro de Berlim. Pessoas que discursaram pediram, entre outras coisas, que as autoridades alemãs possibilitem um resgate mais rápido da população local que colaborou com as forças ocidentais, além de ativistas de direitos humanos, ativistas de direitos da mulher, cientistas e esportistas.
A polícia de Berlim avaliou em 1.700 o número de participantes da passeata. O ato foi convocado por uma aliança de organizações humanitárias alemãs sob o lema “Afeganistão: assumindo responsabilidade e acolhendo agora!”.
Greve de fome
Um manifestante afegão afirmou diante da plateia estar há cinco dias em greve de fome na porta do Ministério do Exterior da Alemanha. Ele disse que seu irmão trabalhou durante nove anos para as Forças Armadas alemãs no Afeganistão e acusou o governo alemão de ter abandonado seu irmão, a mulher de seu irmão e os filhos. “Eles serão massacrados”, disse.
Várias centenas de pessoas protestaram neste domingo em Kiel, norte da Alemanha, pedindo uma ponta aérea para pessoas ameaçadas no Afeganistão. Também ocorreram manifestações pela acolhida de pessoas do Afeganistão em Hamburgo e Frankfurt.
Foram convocadas novos protestos para os próximos dias, em Dresden, Wiesbaden e Mainz, entre outras cidades. Para o dia 18 de setembro foi agendada a realização de uma “corrente de salvamento” simbólica através de Alemanha, Áustria e norte da Itália até o Mediterrâneo.
Passeata em Paris
Em Paris, cerca de 2 mil pessoas, a maioria cidadãos afegãos se reuniram para demonstrar solidariedade aos afegãos que ainda estão no país em situação de risco.
Na segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a França “fará seu dever de proteger aqueles que estão em maior risco” mas também ressaltou que os europeus têm que “se proteger contra significantes fluxos migratórios irregulares”.
A França já retirou quase 600 pessoas de Cabul desde segunda-feira, a maioria delas são cidadãos afegãos que colaboravam com o governo francês ou grupos franceses que estavam no Afeganistão.