Saúde
Avatar-paciente: Gêmeo digital começa a ajudar no tratamento de pacientes
Além de congregar dados de milhares de pacientes, um avatar permite testar terapias e medicamentos antes de aplicá-los ao paciente humano.
Gêmeo digital
O Instituto Fraunhofer, que congrega os principais laboratórios de pesquisa da Alemanha, apresentou o primeiro protótipo de um modelo digital de paciente.
O protótipo é o primeiro passo em uma linha de pesquisa que almeja nada menos do que “revolucionar a própria base do tratamento personalizado, baixando os custos e abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos e medicamentos”, segundo a equipe.
Hoje, diagnosticar e tratar doenças crônicas – como esclerose múltipla, câncer ou demência – tem sido um processo extremamente complexo e caro, sem contar os dilemas éticos com que os pesquisadores se defrontam por não ser possível fazer qualquer tipo de pesquisa com os pacientes.
Em vista disso, existe um grande esforço na comunidade científica para criar os chamados “gêmeos digitais“, verdadeiros avatares computadorizados contendo todas as informações disponíveis sobre a enfermidade, recolhidas de milhares de pacientes ao redor do mundo.
Além disso, um gêmeo digital permite levar em consideração todas as diretrizes clínicas e todos os aspectos socioeconômicos da população, viabilizando uma visão holística do paciente, um sonho longamente perseguido pela Medicina.
Avatar-paciente
Os pesquisadores alemães, reunidos no Projeto MED2ICIN, acreditaram que já era possível combinar todos os vários dados médicos para compor não reproduções de órgãos ou sistemas, mas de um paciente inteiro. Para isso, eles levaram em conta parâmetros de estudos populacionais e dados em quadros clínicos específicos, como diagnósticos, progressão da doença, medicamentos ou terapias disponíveis etc.
O protótipo agora ficou pronto e já está sendo testado no Hospital Universitário de Frankfurt. Nesta primeira avaliação, o paciente digital está sendo avaliado e implementado no contexto da doença inflamatória intestinal crônica, como doença de Crohn ou colite ulcerosa.
Os usuários nesta fase atual do projeto são médicos do hospital que estão envolvidos no tratamento de pacientes internados com complexidades na progressão da doença. Numa fase posterior, especialistas de outras instituições e hospitais também serão envolvidos e espera-se que os pacientes também tenham acesso às informações.