Internacional
Crescem falsificações de certificados de vacina na Alemanha
Mais de 2.500 casos de adulterações foram denunciados às autoridades policiais, de acordo com investigação do jornal “Welt am Sonntag”. Cópias são vendidas por mais de R$ 1.200
A polícia alemã vem registrando um aumento acentuado no comércio de certificados de vacinação falsificados, informou neste sábado (27/11) o jornal Welt am Sonntag.
As autoridades policiais de 11 dos 16 estados alemães forneceram dados para a investigação do jornal, revelando que mais de 2.500 casos foram registrados desde o início do ano.
As descobertas foram feitas alguns dias depois que a Alemanha apertou as regras para reduzir a disseminação da covid-19, permitindo que apenas as pessoas vacinadas e que se recuperaram do coronavírus tenham acesso a diversos espaços públicos.
A Alemanha emite certificados de vacinação em papel, que contêm códigos QR, que são digitalizados, sendo usados como prova de vacinação através de aplicativo.
O Welt am Sonntag relatou que a maioria dos cerca de 2.500 relatos de certificados de vacinação falsificados foram feitos nas últimas semanas.
O estado da Baviera, no sul do país, registrou 1.286 incidentes com documentos de vacinação falsificados – cerca de metade deles em novembro. O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, disse ao jornal que as autoridades esperam um aumento significativo no número de documentos de saúde falsificados, devido às novas restrições postas em prática na semana passada.
Casos devem ser mais numerosos
O jornal disse que as autoridades acreditam que o número de documentos de saúde falsos em circulação é provavelmente muito maior do que os 2.500 relatados pelo jornal.
Embora a troca de certificados falsos tenha ocorrido inicialmente em canais fechados, como o serviço de mensagens Telegram, o Welt am Sonntag descobriu que os documentos agora estavam sendo colocados à venda em plataformas abertas, como o Instagram.
Repórteres do jornal contataram vários vendedores e disseram que receberam respostas em poucos minutos, oferecendo os certificados de saúde falsos, que foram entregues alguns dias depois, a um custo de cerca de 200 euros (R$ 1.270) cada.
O proprietário do Instagram, Meta (antigo Facebook), disse que os anúncios relatados pelo Welt am Sonntag foram retirados e que a empresa busca e remove continuamente conteúdo semelhante.
Recentemente, o gigante da mídia social criou uma opção de notificação em separado para documentos de saúde falsos.
Uma investigação separada da revista especializada em economia Wirtschaftswoche revelou o caso de um funcionário de uma farmácia de Munique que ganhou 100 mil euros (R$ 635 mil) com a venda de mais de 500 certificados de vacinação fraudulentos na Darknet.
Para isso, o funcionário teria obtido acesso não autorizado à rede da farmácia e gerado ilegalmente os códigos QR da carteira de vacinação digital.
A revista conduziu sua própria análise de relatórios de falsificações e descobriu que pelo menos 3.100 investigações sobre o assunto estão em andamento na Alemanha.