CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Facebook censura fundação pontifícia que denunciou abusos contra mulheres no mundo islâmico
“Estamos horrorizados de que a nossa campanha, que visa ajudar mulheres sofredoras, tenha sido censurada de maneira tão draconiana”
Depois de diversos casos nada razoáveis de bloqueios e censuras a páginas ou postagens católicas na maior rede social do mundo, conforme o leitor poderá recordar nos artigos recomendados ao final desta matéria, agora o Facebook censura a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, mais especificamente o seu braço britânico Aid to the Church in Need UK. O alvo da censura é uma campanha organizada pela entidade católica para denunciar abusos contra mulheres e meninas que sofrem sequestros, conversões forçadas e casamentos contra a própria vontade em países islâmicos. A maioria das vítimas é cristã.
No início de novembro, a fundação lançou a campanha juntamente com o relatório “Hear Her Cries” (Ouça os gritos dela), escancarando os abusos sistemáticos perpetrados contra mulheres e meninas de fé cristã ou de outras minorias religiosas por parte de radicais islâmicos, principalmente em países como a Nigéria, o Egito e Moçambique, no continente africano, e o Paquistão, a Síria e o Iraque, na Ásia.
Esses intoleráveis abusos, embora cometidos habitualmente e em larga escala nesses e em vários outros países, são hipocritamente ignorados pelo resto do mundo – inclusive por entidades que gostam de se arvorar como as “salvadoras da humanidade”: desde a onerosíssima e ineficacíssima ONU, com sua infinidade de sub-entidades igualmente ineficazes, burocráticas, ideologizadas e em muitos casos demonstradamente corruptas (leia aqui sobre o escândalo dos milhares de abusos sexuais atribuídos a funcionários impunes da organização), até uma miríade de ONGs, associações e fundações que se definem como feministas, mas que selecionam cuidadosamente quais pautas ideológicas interessam muito mais a elas próprias do que às mulheres necessitadas de socorro.
Facebook censura fundação pontifícia
Em 10 de novembro, o Facebook anunciou à fundação uma ampla limitação aos seus anúncios na rede, sem especificar o motivo. De modo genérico, a notificação enviada pela rede social informava que “muitos anúncios foram ocultados ou denunciados para contas de anúncios associados a esta empresa”, acrescentando que a alegada causa da restrição seria o fato de que “as pessoas ocultam e denunciam os anúncios porque os consideram ofensivos, enganosos, sexualmente inadequados, violentos, sobre um assunto delicado ou por outros motivos”.
No mesmo contexto em que o Facebook censurou a fundação pontifícia, registrou-se ainda um bloqueio contra a Aid to the Church in Need UK no Instagram e no WhatsApp. Os dois aplicativos também pertencem à gigante tecnológica Meta, o novo nome adotado pelo Facebook na tentativa de melhorar a própria reputação – esta sim manchada mundialmente por escândalos, polêmicas e questionamentos éticos concretos, como o uso não autorizado de dados pessoais, a corresponsabilidade na propagação de “fake news” e a negligência quantos aos efeitos negativos dos seus produtos e serviços na saúde mental de adolescentes.
Após sofrer as restrições repentinas, a Aid to the Church in Need UK informou que não conseguiu qualquer contato com a Meta além de um e-mail genérico assinado por um certo “Alex”, que seria analista de suporte da rede social. O e-mail afirmava: “Compreendemos perfeitamente a urgência deste assunto e a sua importância para vocês, mas situações assim requerem investigação e solução detalhadas e, dadas as circunstâncias, não podemos estabelecer um prazo”.
Neville Kyrke-Smith, diretor da filial britânica da Ajuda à Igreja que Sofre, declarou enfaticamente em nota:
“Estamos horrorizados de que a nossa campanha, que visa ajudar mulheres sofredoras, tenha sido censurada de maneira tão draconiana. Ao alegar ter banido o nosso anúncio por violar suas diretrizes, mas ao mesmo tempo recusar-se a apontar quais diretrizes e de que forma teriam sido violadas, o Facebook se arvorou em juiz, júri e carrasco. Ao bloquear esta campanha, eles estão silenciando essas mulheres duas vezes. Elas são silenciadas quando são arrancadas de suas casas e forçadas a viver com seus sequestradores e agora foram silenciadas novamente pelo Facebook”.