CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Seis coisas que o seu celular sabe sobre você
Lista traz seis informações do usuário que são armazenadas pelo celular; veja quais são e como evitá-las
Os smartphones conseguem armazenar diversas informações sobre o usuário e, com isso, visam aprimorar suas experiências individuais. No entanto, o registro de alguns desses dados pode levantar questionamentos sobre a privacidade das informações compartilhadas, como históricos de pesquisas de navegações pela Internet, dados de localização e comandos de voz direcionados às assistentes virtuais.
Na lista abaixo, o TechTudo traz cinco coisas que o seu celular Android ou iPhone (iOS) sabe sobre você. A seguir, você pode conferir quais são essas informações, por que elas são armazenadas pelas companhias, o que você pode fazer para evitar que sejam compartilhadas e como excluí-las.
1. Histórico de navegação na Internet
Todas as pesquisas realizadas no Google ou no app do Chrome pelo celular ficam salvas no histórico dos aplicativos, já que as buscas são armazenadas pela companhia. Os navegadores guardam as pesquisas para personalizar a experiência do usuário e, dentre outras coisas, criar publicidade para um público alvo definido, o que gera receita para a empresa.
Além de ser uma forma de monitoramento para gerar anúncios, qualquer pessoa que tiver acesso ao seu navegador poderá, também, acessar o seu histórico de pesquisa se sua conta pessoal do Google estiver integrada ao Chrome. Por isso, pode ser importante apagar os dados de navegação do celular. Para isso, acesse o menu do Chrome e toque em “Histórico de navegação”. Em seguida, selecione “Limpar os Dados de Navegação”, defina o período desejado para deletar suas informações e, para concluir, toque em “Limpar Dados”.
2. Localização do celular
A localização via GPS do celular é uma ferramenta bastante útil, já que ela torna possível encontrar estabelecimentos próximos a você, identificar rotas em mapas e acompanhar trajetórias em tempo real. Além do GPS, também existem outros sensores capazes de identificar sua posição exata no mapa. Entre eles estão o acelerômetro, que identifica a forma como o celular está se movimentado, e o giroscópio, que percebe as mudanças de direção do smartphone.
No entanto, ao utilizar este serviço, você permite que as companhias monitorem todos os lugares visitados por você. Assim, baseado no tempo em que você passa em um determinado ambiente, é fácil saber onde você mora, se você sai de casa para trabalhar todo dia de manhã e até se gosta de ir a um bar no final de semana. Também é fácil descobrir o local onde você trabalha e aonde vai para se divertir.
É possível ainda, considerando a velocidade na qual você se movimenta, dizer se você se locomove entre esses lugares a pé ou de carro, por exemplo. É assim que o Google consegue enviar o seu Histórico de Localização e as atividades do mês com os lugares que você visitou por e-mail ou, ainda, enviar sua última localização para a Apple quando a bateria do seu iPhone está acabando.
No entanto, você pode desativar a localização no seu celular e impedir que seus dados sejam compartilhados com as companhias. Para isso, no Android, acesse o app Google Maps e toque sobre sua foto para ir até as configurações do app. Depois, toque sobre “Conteúdo pessoal”, deslize a tela até encontrar “Configurações de localização” e desative o histórico de localização. Se desejar, você também pode excluir o registro com os lugares que visitou.
No iPhone (iOS), você pode ir até os “Ajustes” e em “Privacidade”, acessar os “Serviços de Localização” para desativar as permissões de localização dos aplicativos instalados do seu celular, que podem incluir os apps do Google.
3. Comandos de voz da assistente virtual
No ano passado, a notícia de que funcionários da Apple ouviam até mil comandos de voz enviados por dia à Siri gerou polêmicas. Segundo a companhia da maçã, a ação era realizada com o intuito de acrescentar melhorias a assistente virtual, no entanto, trouxe à tona várias questões sobre privacidade e segurança de usuários. Segundo reportagem conduzida pelo The Guardian, os funcionários tiveram acesso a conversas bastante íntimas, com dados de informações médicas e gravações de sexo entre casais.
Para desabilitar o envio das gravações para análise e apagar todo o histórico de pesquisas por comando de voz da Siri, abra as configurações do iPhone e acesse “Siri e Busca”. Depois, toque em “Histórico da Siri e Ditado” e, em seguida, apague seu histórico.
Já para desativar o envio de dados para análise vá até os “Ajustes” e toque sobre “Privacidade”. Deslize a tela até encontrar a opção “Análise e Melhorias” e desative a chave ao lado de “Melhorar Siri e Ditado”.
Pesquisas de melhorias em assistentes virtuais, no entanto, não são exclusividade da Apple, e o Google também salva áudios e comandos enviados à Google Assistente para aprimorá-los. Se você não quer que o Google registre e colete mais essas informações, também pode desativar a função.
Para isso, abra o menu da assistente e toque sobre “Configurações”. Em seguida, vá até o menu da próxima tela e toque em “Minhas Atividades”. Uma página no navegador será aberta e agora você deve tocar sobre o menu ao lado de “Pesquisar na sua atividade”, nos três pontos. Em seguida, pressione “Excluir atividade por” e defina um período para apagar seu histórico. Você pode fazê-lo para “Todo o período” e, assim, deletar todas as pesquisas e comando de voz salvos pelo Google.
4. Senhas das contas logadas no smartphone
Celulares com Android permitem salvar senhas de logins realizados pelo Chrome no celular quando o smartphone está vinculado a uma conta do Google. Assim, não é necessário decorar as palavras-chave para cada serviço em que você tenha cadastro, já que o gerenciador de senhas do Google é capaz de preencher os espaços de forma automática. No entanto, a opção pode se tornar um problema caso você perca o acesso à conta, ou caso alguém mal-intencionado acabe se conectando a ela.
Você pode visualizar e apagar todos os logins e senhas salvos pelo Google, como também pode desativar a opção de salvar senhas automaticamente. Para isso, abra o Chrome e acesse as configurações do app tocando sobre o menu no canto superior da tela. Em seguida, vá até “Senhas”. Por lá, você tem acesso a todos os seus logins e pode deletá-los manualmente. Selecione um deles e toque sobre o ícone de lixeira para excluí-lo.
5. Biometria
A tecnologia de identificação pela biometria das digitais e pelas características físicas do rosto já é uma realidade na maioria dos celulares comercializados atualmente. Por meio da ferramenta, é possível desbloquear o celular e proteger apps financeiros de terceiros, por exemplo. No entanto, a função de desbloqueio já foi burlada por hackers e traz questionamentos sobre segurança.
O cadastro de digitais ou o reconhecimento facial não são obrigatórios para o uso do smartphone e, caso você não queira utilizar o serviço, é só não registrá-los. Porém, caso você já tenha cadastrado sua digital, pode apagá-la indo até os ajustes do celular. No Android, vá até “Configurações”, “Segurança” e “Impressão digital”. Para excluir a biometria no celular, toque sobre a lixeira ao lado do dedo cadastrado.
No iPhone (iOS), vá em “Ajustes”, toque sobre “Touch ID e Código” e confirme sua senha para acessar. Em seguida, toque sobre o dedo cadastrado e pressione “Apagar digital”.
No entanto, caso queira aproveitar o recurso, é possível configurar o desbloqueio através do reconhecimento facial no Android e no iPhone (iOS).
6. Uso de apps
Além dos próprios sistemas operacionais, os aplicativos disponíveis das lojas virtuais do Google e da Apple também podem coletar dados do usuário e pedir acesso a uma série de permissões no celular que podem ser bastante abusivas.
A forma como seus dados são tratados vai depender dos Termos de Uso de cada aplicativo e, ao conceder permissões de acesso à localização, à câmera e ao microfone do smartphone, pode ser que você esteja facilitando que o aplicativo em questão te espione e monitore seus passos. Por isso, é importante ler os Termos e Condições de cada app antes de aceitar as permissões solicitadas.
É relativamente comum que aplicativos populares enfrentem problemas quando o assunto é a privacidade dos dados de usuários. O FaceApp, por exemplo, bombou novamente no início do ano com o filtro que troca o gênero das pessoas e teve suas políticas e termo de uso questionados. O Facebook também, quando se envolveu no escândalo de vazamento de dados para a Cambridge Analytica em 2018.
Além disso, ferramentas nativas do celular, como o Tempo de Uso do iPhone e o Bem-estar Digital do Android, também podem monitorar todos os aplicativos do smartphone. Este tipo de recurso ainda pode dizer quantas vezes no dia você acessa determinado app. Em contrapartida, o lado positivo dessas ferramentas para o usuário é que elas permitem controlar o tempo gasto utilizando o celular e podem interromper pop-ups de notificação e o envio de alertas intrusivos.
Fonte: tt