Esporte
Palmeiras derrota Al Ahly por 2 a 0 e vai à final do Mundial de Clubes da Fifa
Raphael Veiga e Dudu foram os autores dos gols; equipe alviverde agora aguarda resultado de Chelsea x Al-Hilal para descobrir quem enfrentará na disputa pelo título no sábado
O Palmeiras terá a chance de conquistar o seu primeiro título do Mundial de Clubes da Fifa no próximo sábado. Nesta terça-feira (8), com uma atuação segura e o brilho das suas principais peças de ataque, venceu o Al Ahly, do Egito, por 2 a 0, se classificando para a decisão da competição. Raphael Veiga e Dudu marcaram os gols da partida.
Com o triunfo desta terça no Estádio Estádio Al Nahyan, em Abu Dhabi, o Palmeiras superou a decepção do ano passado, quando foi eliminado nas semifinais do Mundial pelo mexicano Tigres. Agora, então, precisará dar mais um passo para conquistar pela primeira vez o título do torneio organizado pela Fifa.
A oportunidade será no sábado, a partir das 13h30 (horário de Brasília), em Abu Dhabi, mas dessa vez no Estádio Mohammed bin Zayed. E o adversário na decisão do Mundial sairá nesta quarta-feira, quando Chelsea e Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, vão se enfrentar, também às 13h30.
Bicampeão da Libertadores, o Palmeiras aproveitou o início da temporada 2022 no futebol brasileiro para se preparar para o Mundial, algo que praticamente não teve oportunidade no ano passado. Assim, realizou 18 dias de treinos antes da estreia no Campeonato Paulista. E venceu os três jogos que disputou com os titulares, empatando um duelo em que atuou com uma equipe mista. Depois, viajou aos Emirados Árabes Unidos seis dias antes do seu jogo de estreia.
Palmeiras e Al Ahly já haviam se enfrentado no ano passado, também no Mundial de Clubes, mas em um contexto bem diferente, em confronto que valia apenas o terceiro lugar, com o time egípcio vencendo o duelo nos pênaltis, após uma igualdade por 0 a 0. Porém, a reedição do duelo, agora pelas semifinais, entre dois bicampeões continentais consecutivos, se deu com times que mantiveram suas bases vencedoras entre uma temporada e outra – a equipe africana repetiu seis titulares daquele confronto, enquanto a sul-americana entrou com oito nomes iguais.
Para o confronto desta terça, Abel Ferreira colocou o Palmeiras em campo com o conhecido time-base, sendo que duas novidades estavam nas laterais, pois Marcos Rocha foi o escolhido para jogar na direita, em detrimento de Mayke, enquanto Piquerez, recém-recuperado do coronavírus, foi escalado na esquerda.
Já o Al Ahly atuou reforçado por dois dos cinco jogadores do seu elenco que foram finalistas pela seleção do Egito na Copa Africana de Nações, no último domingo – o zagueiro Ayman Ashraf e o volante Amr El Solia. No dia anterior, sem eles, o time havia superado o Monterrey por 1 a 0 para se garantir nas semifinais do Mundial.
Concentrado desde o começo do jogo, o Palmeiras atuou no campo de ataque já a partir dos minutos iniciais e, embora tenha criado poucas oportunidades, contou com o talento e a movimentação das peças ofensivas para abrir 2 a 0, com gols de Raphael Veiga e Dudu. Ambos, inclusive, deram uma assistência cada.
Depois, porém, chegou a ser pressionado pelo Al Ahly, viu o VAR anular corretamente um gol da equipe egípcia e só pôde respirar aos 35 minutos do segundo tempo, quando o adversário teve um jogador expulso, o que freou qualquer possibilidade de reação dos atuais campeões africanos.
Como foi a partida
1º tempo: Palmeiras controla o jogo e aproveita chance
A etapa inicial foi dominada pelo Palmeiras. A equipe adiantou a marcação logo ao apito inicial, não permitindo que o time egípcio se lançasse ao ataque ou trocasse passes no campo defensivo. Ainda assim, teve dificuldade para encontrar espaços, tanto que a primeira oportunidade só surgiu aos 13 minutos, em um cabeceio de Raphael Veiga após cruzamento de Gustavo Scarpa.
Como arma para tentar envolver o fechado Al Ahly, o Palmeiras tocava a bola desde o campo de defesa e, sem um centroavante, apostava na movimentação constante das quatro principais peças de ataque: Gustavo Scarpa, Raphael Veiga e Dudu. Quando deu certo e o talento apareceu, o time abriu o placar.
Aos 39 minutos, após roubada de bola, Danilo acionou Dudu. O camisa 7 deu um toque rápido para Raphael Veiga, que invadiu a área e bateu cruzado e de direita para fazer 1 a 0. Assim, o Palmeiras foi ao intervalo em vantagem após um primeiro tempo em que controlou o adversário, por sua postura tática e atuações impecáveis de Luan e Gustavo Gómez, sendo eficaz no ataque e contando com o talento de alguns dos seus principais jogadores para marcar.
2º tempo: Dudu decide logo no início
Se o Al Ahly indicou logo no começo da segunda etapa que buscaria ser mais ofensivo, tanto que finalizou no primeiro minuto, o time egípcio recebeu um duro golpe logo na sequência. E novamente com a participação decisiva de Raphael Veiga e Dudu. Depois de a bola passar por Piquerez e Rony, o camisa 23 deu um passe de calcanhar para Dudu, que avançou em velocidade pela direita, entrou na área e chutou forte e cruzado, com a bola entrando no ângulo direito: 2 a 0 para o Palmeiras.
Com a boa vantagem, a equipe paulista decidiu recuar, enquanto o Al Ahly tentava reforçar a sua presença no ataque. E começou a criar oportunidades, a maior parte delas com a participação de Ali Maâloul. Aos seis minutos, ele cobrou falta com perigo, mas por cima da meta. Depois, aos 11, o tunisiano cruzou para Yasser Ibrahim, que cabeceou, mas parou em Weverton. E o goleiro demonstrou segurança aos 14, ao defender chute da intermediária de Ahmed Fathy, que cabeceou para fora aos 22.
Quando o Al Ahly marcou, o Palmeiras contou com o auxílio do VAR para frear o time egípcio. Isso se deu aos 26 minutos. No lance, Taher Mohamed bateu de longe, Weverton espalmou para o meio e Sherif Ekramy empurrou para as redes. A tecnologia, porém, detectou que o atacante estava impedido.
O VAR também foi acionado aos 35 minutos, após entrada dura de Ashraf em Rony. Inicialmente, o árbitro francês Clément Turpin havia aplicado apenas o cartão amarelo, mas o trocou pelo vermelho, deixando o Al Ahly com dez jogadores em campo. Valente, o time africano ainda teve duas chances nos acréscimos, em um chute de Mohamed Hany, defendido à queima-roupa por Weverton, e em um cabeceio de Walid Soliman, que parou no travessão.
Nada, porém, que ameaçasse a classificação do Palmeiras, agora garantido na decisão do Mundial de Clubes. Quarto colocado no ano passado, o time agora disputará a sua primeira final do torneio organizado pela Fifa – em 1999, em jogo único e sem a chancela da federação internacional, perdeu para o Manchester United no Japão.