Internacional
Mais de 3 mil migrantes morreram em 2021 tentando chegar à Europa pelo mar
Segundo a Agência da ONU para Refugiados, fatalidades aconteceram nas rotas do Mediterrâneo e no noroeste da África; maioria dessas pessoas sai da África em botes infláveis e centenas de mortes já foram registradas desde janeiro
Somente no ano passado, mais de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram enquanto tentavam chegar à Europa por via marítima. O número foi apresentado esta sexta-feira pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur, que pede apoio urgente para evitar mais mortes e proteger esses migrantes que embarcam numa jornada perigosa.
Quase 2 mil pessoas morreram enquando atravessavam as rotas do Mediterrâneo Central e Oeste, enquanto mais de 1,1 mil perderam a vida na rota marítima do noroeste da África, a caminho das Ilhas Canárias.
Travessia em botes infláveis
Travessia do Mar Mediterrâneo é a via marítima mais perigosa do mundo
O Acnur afirma ser também “alarmante” o fato de que as tragédias no mar continuam acontecendo este ano: pelo menos 478 pessoas morreram desde janeiro. A maioria dessas pessoas sai de países africanos como Senegal e Mauritânea, em botes infláveis, numa jornada que pode durar 10 dias.
Essas embarcações acabam virando ou desaparecem nas águas, sem deixar rastros. De acordo com a agência da ONU, os migrantes também se arriscam em rotas terrestres, que também são perigosas. Muitos atravessam o deserto do Saara e acabam morrendo ou sequestrados por traficantes de pessoas.
Apelo por financiamento e proteção
Migrantes da Nigéria que foram resgatados pela Guarda Costeira Líbia.
O Acnur lista uma série de abusos que acontecem nessas travessias: assassinatos, detenções arbitrárias, violência de gênero, trabalho escravo, casamento forçado e outras violações de direitos humanos.
A pandemia de Covid-19 levou “muitos migrantes e refugiados desesperados a pedir ajuda de traficantes, na tentativa de ter a entrada na Europa facilitada.” A agência está pedindo US$ 163,5 milhões para a proteção dessas pessoas e fazendo um apelo aos países da África e da Europa para ampliarem os recursos legais e operacionais em terra e no mar para evitar travessias trágicas.