ECONOMIA
‘Pior da inflação já passou’, diz presidente do BC com taxa a 12%
Apesar da avaliação, Roberto Campos Neto afirmou que efeitos de movimentos do governo ainda são desconhecidos no processo inflacionário e precisam ser avaliados
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto”, afirmou nesta segunda-feira (27) que o “pior momento” da crise inflacionária no Brasil “já passou”. A declaração foi feita frente ao acúmulo de 12,04% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – índice que mede a inflação oficial – nos últimos 12 meses.
A taxa de junho ficou abaixo dos 12,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, terminados em maio. Além disso, no ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,65% e, em 12 meses.
“A gente ainda tem no Brasil um componente de aceleração. Os últimos dois números foram, pela primeira vez, dentro da expectativa, a gente acha que o pior da inflação no Brasil já passou. A gente tem algumas medidas sendo desenhadas pelo governo que a gente precisa entender qual vai ser o efeito disso no processo inflacionário, ainda não está claro”, afirmou.
Campos Neto também disse que o Brasil fez o trabalho que podia para conter a alta de preços. Recentemente, o BC subiu a Selic – taxa básica de juros – para 13,25% ao ano. Foi o 11º aumento seguido no índice, que atingiu o maior patamar desde dezembro de 2016.
“O Brasil fez o processo [de subir os juros] antecipado. Acreditamos que a nossa ferramenta é capaz de frear esse processo inflacionário, e vai frear esse processo inflacionário. E a gente acha que grande parte do trabalho já foi feito”, frisou.
Para o presidente do BC, “essa inflação tem um componente global forte e mostra que o Brasil está na média do que sempre esteve nos últimos 20 anos”.
“Ao contrário do processo inflacionário de 2013, 2014 e 2015, quando a inflação do Brasil cresceu muito acima da média mundial, essa nossa inflação está até relativamente abaixo da mediana histórica. É óbvio que temos que combater a inflação, não vamos olhar para o que está acontecendo fora e usar isso como qualquer tipo de desculpa, mas é importante conhecer os componentes”, acrescentou.
Ele participou de um fórum jurídico em Lisboa, capital de Portugal, nesta segunda-feira (27).