Judiciário
Marco Aurélio critica ação contra empresários: “Não sei como tudo cabe naquele inquérito”
‘Estou atônito’, disse o ex-ministro sobre operação da PF
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que acordou “atônito” ao saber da operação da Polícia Federal contra empresários que supostamente defenderam golpe de Estado em um grupo de WhatsApp.
“Em um Estado democrático de Direito, e a Constituição é cidadã, segundo Ulisses Guimarães, a liberdade de expressão é um princípio básico. Você pode não concordar com as expressões. Agora, cercear é perigoso. Eu acordei de manhã atônito, principalmente quando se aplicam atos de conscrição. A busca e apreensão, a quebra de sigilo, bloqueio de contas contra cidadãos que não são julgados pelo Supremo”, disse Marco Aurélio ao portal R7.
“Se eles praticaram algum crime, eles seriam julgados na primeira instância. Mas não sei como tudo cabe naquele inquérito”, completou. “O que se entende como atos antidemocráticos sobre o ângulo penal? Não sei. Nós não chegamos ainda neste ponto”, disse o ex-ministro.
“O que gera é um antagonismo, uma retórica política muito grande. Não vejo com bons olhos o cerceio à liberdade de expressão”, prosseguiu.
“Como eles estão pregando golpe? O que eu soube é que eles disseram ‘olha, eu prefiro golpe do que o ex-presidente Lula. Isso não é pregar. Não há crime de cogitação”, acrescentou Marco Aurélio ao veículo.