Judiciário
O nó da crise: há ministros do STF (ainda) preocupados com risco de golpe
Desconfiança sobre insubordinação militar e críticas à “fraqueza” do ministro da Defesa: nos bastidores, os sinais de que a crise não acabou
Para além da inação das forças de segurança do Distrito Federal nos atos terroristas deste domingo, chamou atenção a tardia atuação do Batalhão da Guarda Presidencial, unidade do Exército cuja tarefa precípua é proteger os palácios presidenciais.
Em circunstâncias normais de temperatura e pressão, era de se esperar que homens do BGP, como é conhecida o batalhão, organizassem em tempo hábil barreiras de proteção em torno do Planalto, invadido e depredado por radicais bolsonaristas. A medida poderia ter ao menos atenuado a sanha dos invasores.
Na tarde desta segunda-feira, a coluna enviou perguntas ao Exército e à Presidência da República sobre o tema, mas não houve resposta. Extraoficialmente, a Presidência sugeriu que as indagações fossem feitas diretamente ao Exército. Sintomático. O Exército não respondeu.
A demora na entrada do BGP em cena é mais um dos muitos fatores a serem esclarecidos nas investigações sobre os ataques, mas nos bastidores de Brasília tem sido ponto de partida para uma série de questionamentos que avançam até para o grau de obediência do atual comando do Exército ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.