CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Mais de 60 países assinam compromisso de uso responsável de Inteligência Artificial em fins militares
Depois de avanços significativos na tecnologia de Inteligência Artificial, países se unem para assinar termo de responsabilidade no uso da ferramenta em áreas militares
A tecnologia de Inteligência Artificial é um assunto recorrente, e os avanços de programas modernos vêm se tornando cada vez mais surpreendentes.
No entanto, desde o fenômeno mundial do ChatGPT da OpenAI, esse assunto tomou grandes proporções. Agora, mais de 60 países assinaram um documento sobre responsabilidade do uso de IA em forças militares.
Com a assinatura do documentos, os países participantes se comprometeram a utilizar a Inteligência Artificial dentro das “obrigações legais internacionais e de uma forma que não prejudique a segurança, estabilidade e responsabilidade internacional”.
De acordo com a Reuters, alguns países demoraram para entrar em acordo sobre as limitações do documento, entendendo que alguns termos podem causar desvantagem.
Para a China, os países precisam se opor à busca de vantagem militar absoluta e hegemonia por meio da IA e trabalhar em conjunto com a ONU (Organização das Nações Unidas).
A professora de direito internacional da Universidade de Utrecht, Jessica Dorsey, avalia a declaração da cúpula como fraca. Segundo ela:
“Isso abre caminho para os estados desenvolverem Inteligência Artificial para fins militares da maneira que acharem adequada, desde que possam dizer que é ‘responsável’. Onde está o mecanismo de execução?”
O desenvolvimento desigual de Inteligência Artificial militar entre os países pode criar uma nova forma de desigualdade e conflitos. Países com tecnologias mais avançadas podem ter uma vantagem significativa em termos de segurança e poder militar, o que pode levar a tensões e confrontos internacionais.
Uma das principais preocupações sobre o uso de Inteligência Artificial nas forças militares é o desenvolvimento de armas autônomas que possam tomar decisões sem intervenção humana. Isso pode levar a situações em que as máquinas decidam atacar alvos sem uma avaliação ou consideração cuidadosa das questões éticas e legais.
Além disso, a possibilidade de falhas tecnológicas ou invasões cibernéticas podem colocar essas armas autônomas em ação sem autorização ou controle adequado.
Outra preocupação é que a Inteligência Artificial militar possa ser usada para espionagem e ter consequências devastadoras em termos de segurança nacional e estabilidade internacional.
Alguns países estão preocupados que a IA possa ser usada para monitorar indivíduos e organizações sem o consentimento ou para atacar infraestruturas críticas, como sistemas de energia, comunicações e transporte.
A Ucrânia, atualmente, tem usado a Inteligência Artificial para realizar reconhecimento facial e sistemas de direcionamento durante a guerra contra a Rússia.