AGRICULTURA & PECUÁRIA
Vaca louca: Agricultura quer retomada de exportações em março
Ministro Carlos Fávaro quer agilizar negociações para retomada das exportações à China, maior importador do país
Até meados de março próximo, as exportações de carne bovina brasileira deverão ser retomadas, disse acreditar, nesta segunda-feira (27), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sob o argumento de que, “muito provavelmente’ o caso do animal contaminado pelo vírus da ‘vaca louca’ (em uma pequena propriedade rural do município de Marabá, no Pará) deve ser considerado ‘atípico’.
Logo que o resultado do ‘exame final’ da carne suspeita sair, segundo ele, até a sexta-feira (3.3), o ministro adiantou que pretende trabalhar para ‘suspender o mais rápido possível [o autoembargo comercial imposto pelo governo ao país], a ponto de as exportações serem normalizadas, ainda no mês que vem, “para que não fiquemos tanto tempo sem produzir e vender carne de qualidade”.
Ao ressaltar o fato de que o caso “vem sendo tratado com transparência”, Fávaro afirmou o Executivo intensificará as negociações para restabelecer o fluxo de vendas de carne bovina à China. Como medida visando evitar a interrupção das exportações, por conta de casos atípicos, como o citado, o ministro defendeu a atualização urgente do protocolo sanitário do Brasil com a China, quando ocorrem casos atípicos da doença.
“Precisamos mudar esse protocolo com credibilidade, com transparência para mostrar que produzimos com segurança”, explicou Fávaro, ao emendar que “esse é o sexto caso atípico no país, que não oferece nenhum risco no consumo da carne”. Neste aspecto, o ministro lembrou que a ocorrência de casos semelhantes, em 2021, provocou a suspensão, por mais de três meses, das exportações brasileiras ao gigante asiático. “Ficamos um terço do ano sem exportar, algo em torno de R$ 17 bilhões deixou de ser comercializado por conta de um caso atípico”, estimou.
Posição semelhante manifestou a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) ao endossar a proposta da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), de que seja revisto o protocolo de exportação de carne bovina à China. Por enquanto, as 160 cabeças de gado, da propriedade interditada pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) – permanecem isoladas de forma preventiva.
Em janeiro último, as exportações totais de carne bovina em janeiro cresceram 7% na receita e 17% no volume (somando carne in natura + carne processada), em relação a janeiro de 2022, alcançando US$ 851,2 milhões e 183.817 toneladas, respectivamente.