AGRICULTURA & PECUÁRIA
Tereza Cristina cobra ‘fala única’ do governo sobre agricultura e preservação
Senadora elogiou mudança anunciada no Plano Safra de estimular a produção sustentável, mas questionou qual será a taxa de juros
Em audiência pública nesta quinta-feira (4), na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, que contou com as participações dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), que foi ministra do Mapa no governo Bolsonaro, classificou a mudança no Plano Safra como “muito interessante”.
Isso porque foi informado por Fávaro que o programa deve incluir mecanismos de estímulo à produção sustentável de alimentos previstos no Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). No entanto, mesmo corroborando com a iniciativa, Tereza cobrou informações objetivas sobre a formatação do programa.
“A ideia de colocar toda essa parte de sustentabilidade é muito interessante, mas eu queria saber o seguinte: qual a taxa de juros? Como será essa equalização? Já tem uma ideia de faixa de juros para pequenos, médios e grandes produtores?”, questionou.
A senadora cobrou, também, “uma fala única” do governo sobre agricultura e preservação ambiental.
“O Brasil é uma potencia ambiental e na agricultura. Mas nossos competidores lá fora exaltam mais os nossos problemas, porque a competição do Brasil é temida. Temos que achar um discurso sério, coerente, com números. Todo mundo precisa falar na mesma página para que lá fora se conheça a verdade do que é o agro brasileiro”, afirmou.
Demonização do agro
O senador Jorge Seif (PL-SC) foi além e disse que o agronegócio no Brasil “passa por uma demonização”. “Falam que nós derrubamos tudo, que não respeitamos a natureza e tantas outras falácias para impedir que o agro brasileiro avance e alcance mais mercados. Somos uma ameaça a muitos desses países. Que tenhamos uma voz única para defender o agro brasileiro”, disse.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, observou que “há uma crise de imagem contra a agropecuária brasileira”. Mas lembrou que é preciso reconhecer que, nos últimos anos, o país enfrentou altas nos indicadores de desmatamentos e queimadas.
“Existe uma retórica de que os produtores brasileiros não respeitam o meio ambiente, que vão destruir a Amazônia, que não dão atenção à qualidade e à sustentabilidade. O que não é verdade. A imensa maioria dos nossos produtores são ordeiros, legalistas e cumprem a legislação. Mas não adianta a gente querer tampar o sol com a peneira. Há sim um aumento do desmatamento e de queimadas ilegais no Brasil nos últimos anos. Não adianta chegar em qualquer lugar no mundo só com discurso. Isso se torna o que eles chamam de greenwashing: uma mentira verde. Dizer que tem boas praticas, e não tem. Mas nós temos boas práticas”, afirmou.