Internacional
Rammstein tem 1º show na Alemanha após escândalo
Acusações de agressão sexual contra vocalista ofuscam show da banda em Munique. Autoridades locais tentam reforçar segurança de mulheres. Área imediatamente em frente ao palco e festas antes e depois do show são banidas
Apesar das recentes acusações contra Till Lindemann, vocalista do Rammstein e pivô de escândalo envolvendo fãs que se dizem vítimas de agressão sexual, a turnê europeia da banda alemã segue de pé. Nesta quarta-feira (07.06), o grupo se apresenta em Munique, marcando o início de um total de sete shows planejados na Alemanha.
Só na capital bávara, estão previstas até domingo quatro apresentações no Estádio Olímpico, todas com ingressos esgotados. Até o momento, não foi anunciada nenhuma mudança no calendário da turnê, indicando que ela deve seguir conforme o planejado, enquanto correm oficialmente as investigações.
Algumas mudanças, porém, já foram anunciadas desde que as acusações vieram à tona. Uma delas é a eliminação da chamada “row zero”, ou “fileira zero”, uma área exclusiva entre o palco e a plateia onde supostamente ficavam as jovens “recrutadas” para Lindemann.
Segundo pessoas próximas à banda, também não haverá mais as chamadas preshow e aftershow parties, festas realizadas antes e depois dos concertos para um público selecionado. Teria sido numa dessas festas que a irlandesa Shelby Lynn, que trouxe o caso a público, foi dopada sem seu consentimento. A denúncia levou a uma série de outras queixas similares de fãs ao redor do mundo.
Reações dentro e fora da banda
O Rammstein também teria se desligado de Alena Makeeva, cidadã russa que se autodenominava diretora de elenco (casting director) da banda. Segundo a imprensa alemã, ela é quem recrutava jovens para Till Lindemann ao longo dos últimos quatro anos. Makeeva agora deve ter acesso negado aos shows do Rammstein.
A gestão da banda também contratou um escritório de advocacia para investigar as alegações, além de anunciar um conceito de conscientização para os quatro shows em Munique, disse um porta-voz da Olympiapark München, proprietária do Estádio Olímpico.
A princípio, seis funcionários devem ficar atentos a anormalidades no estádio relacionadas à segurança. Também deve haver uma área de espaço seguro onde pessoas potencialmente afetadas possam se retirar em caso de necessidade. Maiores detalhes ainda não foram revelados
As acusações provocaram reações também na política. “A zombaria patriarcal e as agressões sexuais não têm lugar na indústria da música, nem na arte e na cultura em geral, nem em qualquer outro lugar”, disse a ministra alemã da Cultura, Claudia Roth (Partido Verde).
Fãs decepcionados
Os shows do Rammstein, geralmente concebidos na forma de grandes espetáculos repletos de efeitos pirotécnicos, devem continuar. Não parece claro, porém, como a banda deve lidar com a pressão.
Na internet, alguns fãs já buscam se distanciar da banda por meio de postagens decepcionadas. Também ingressos para os próximos shows estão sendo oferecidos em plataformas de revenda.
Criado em 1994, o Rammstein se tornou uma das exportações de maior sucesso da música alemã. Com 29 apresentações marcadas, a turnê Europe Stadium Tour deverá passar por 16 cidades europeias.