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Centrão já cobra de Lula a conta da aprovação da Reforma Tributária, diz O Globo
A reforma tributária obteve a aprovação da Câmara na madrugada desta sexta-feira (7) e parlamentares já querem garantias mais sólidas do governo Lula, incluindo a distribuição de ministérios ao Centrão, como condição para avançar em projetos de lei de importância para o Ministério da Fazenda, como o que resgata o “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
A votação do Carf, inicialmente prevista para agosto, enfrentou dificuldades devido a falhas na articulação política do Palácio do Planalto, que se refletiram em atrasos na designação de cargos e liberação de emendas. No entanto, o ambiente político tem mostrado sinais de melhora, embora ainda haja incertezas sobre a votação do projeto. De acordo com informações obtidas pelo Estadão, o governo tem se esforçado nos últimos dias para solucionar os “espaços pactuados”, atendendo principalmente ao União Brasil, Republicanos e PP.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, promoveu um encontro ontem com os principais líderes partidários da Câmara a fim de dirimir as insatisfações. Porém, estes demandam compromissos mais tangíveis do Executivo.
O Ministério do Esporte, atualmente em negociação, pode ser designado ao Republicanos. No entanto, a indicação enfrenta resistência dentro do próprio partido, especialmente em vista da perspectiva de candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas, filiado ao partido e governador de São Paulo, em 2026.
Outro ponto de negociação é o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente liderado pelo ex-governador Wellington Dias (PT-PI), que pode ser entregue ao PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).
A União Brasil, por sua vez, busca controlar o Ministério do Turismo, atualmente sob a liderança de Daniela Carneiro (ex-União Brasil-RJ). A pasta pode ser cedida ao deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). A resolução desta questão tem enfrentado atrasos, uma vez que o União Brasil exige também o controle da Embratur, atualmente nas mãos de Marcelo Freixo.