Saúde
Em Dia Mundial da Hepatite, OMS alerta para danos ao fígado
Doença viral causa um milhão de mortes todos os anos; número de novas infecções é subestimado devido à grande lacuna de diagnóstico; OMS quer melhorar o enfrentamento para cumprir meta de eliminação até 2030; ativista brasileira pede reforço na linha de cuidado para pessoas com cirrose hepática para reduzir óbitos
“Você tem apenas uma vida e apenas um fígado” e a hepatite pode acabar com os dois. Esse é o lema da campanha deste ano do Dia Mundial da Hepatite, celebrado neste 28 de julho.
Liderada pela Organização Mundial da Saúde, OMS, a iniciativa pretende melhorar o enfrentamento global da doença.
Subnotificação e casos graves
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, a hepatite causa mais de um milhão de mortes todos os anos. Além disso, anualmente, três milhões de pessoas são infectadas.
Tedros afirma que hoje “existem ferramentas melhores do que nunca para prevenir, diagnosticar e tratar a hepatite”. Porém, milhões estão infectados e não sabem.
A presidente do Movimento Brasileiro de Hepatites Virais, Mbhv, Neide Barros, destaca a preocupação com os casos mais graves, de pacientes que desenvolvem cirrose, um problema de saúde que impede que o fígado realize suas funções.
“A nossa demanda hoje é sobre o protocolo clínico de cirrose hepática, para que possamos ter uma linha de cuidado melhor para os pacientes cirróticos. Ter mais um amparo sobre isso para que mesmo que a cirrose piore eles cheguem ao transplante, pois aqueles que chegam com o nódulo bastante alto não tem condição de fazer o transplante e podem falecer. É isso que a gente está muito preocupado agora.”
Vacinas, incluindo para hepatite B, são administradas durante um dia de vacinação em massa na Venezuela
Variantes mais perigosas
A OMS informa que o fígado realiza silenciosamente mais de 500 funções vitais todos os dias.
Porém, a infecção por hepatite também é silenciosa, com sintomas que só aparecem quando a doença já está em fase avançada.
Embora existam cinco variantes diferentes de vírus da hepatite, as do tipo B e C são as mais preocupantes e causam cerca de 8 mil novas infecções todos os dias, que na sua maioria não são detectadas.
Segundo a OMS, apenas 10% das pessoas com hepatite B crônica são diagnosticadas e dessas 22% recebem tratamento. Em relação à hepatite C, somente 21% das pessoas são diagnosticadas e dessas 62% recebem tratamento.
A meta da OMS é eliminar a doença até 2030.