Politíca
Paraibana é vítima de estupro coletivo no Ceará e Camila cobra rigor na apuração e punição aos envolvidos
A paraibana estudante de medicina, Valentina Jung Ferreira, de 24 anos, foi vítima de um estupro coletivo em Fortaleza, no Ceará, durante a festa Fortal, realizada no mês passado. Nas redes sociais, a estudante relatou como tudo aconteceu e os momentos de angústia e sofrimento vivenciados durante e após o crime. Ao tomar conhecimento do caso, a deputada estadual Camila Toscano (PSDB) lamentou o crime e encaminhou ofício ao Governo do Estado do Ceará e à Secretaria de Segurança Pública cobrando rigor na apuração do crime e punição aos envolvidos.
“Valentina foi mais uma vítima desse crime bárbaro que infelizmente ainda é cometido com frequência no nosso país. Não podemos nos calar diante de um fato tão grave como esse e como tantos outros cometidos contra nós mulheres. Encaminhei ofício à Secretaria de Segurança Pública do Ceará pedido que esse caso seja solucionado o mais rápido possível e que os culpados sejam rigorosamente punidos”, destacou Camila.
No relato, Valentina Jung disse que foi para Fortaleza com amigas assistir aos shows do Fortal 2023. Em uma das noites, estava comemorando e deixou o copo na mesa por alguns segundos para tirar uma foto. Depois disso, começou a não se sentir bem e foi orientada a voltar para casa. Nesse instante, um homem que estava próximo à mesa se ofereceu para acompanhá-la.
“Lembro que minha amiga estava me levando até a saída para me colocar em um táxi, porém o homem se ofereceu, pois estaria saindo do evento (ele deve ter passado confiança, não sei). Ele disse que iria apenas me deixar na porta do táxi para ela, quando não foi isto que aconteceu. Ele entrou no carro comigo. Lembro-me ainda dele falar o seu endereço ao taxista, quando eu já fraca e desorientada dizia o meu e repetia inúmeras vezes, o taxista não me ouviu e deixou-me no dele”, disse Valentina.
A estudante de medicina revelou que depois disso lembra apenas de flashes do estupro. “Mesmo com segundos repentinos e aleatórios de consciência eu lembro que lutei, meus dedos das mãos e pés estavam lacerados, alguns gravemente, fora partes do corpo com cortes tão profundos que davam para ver uma grande artéria. Lembro que a única palavra que falava era não. Não lembro onde estava, nem dele, nem de sua fisionomia. Acordei no outro dia com outros homens dormindo no mesmo quarto”, disse.
Ainda atordoada e envergonhada, Valentina procurou a polícia ao chegar em João Pessoa e aqui ficou comprovado que ela foi vítima do Dormonyd, o famoso ‘Boa Noite Cinderela’, colocado na sua bebida durante a festa. “Estou sem chão, parece que meus sonhos desapareceram. Hoje meu sentimento é de um oco, como se levassem o que eu tinha de alma”, frisou.
Dados – Apenas esse ano, segundo levantamento do Centro de Referência de Atendimento à Mulher, 83 mulheres foram dopadas com o “boa noite, Cinderela” em João Pessoa. De janeiro a julho de 2023, um total de 223 mulheres vítimas de algum tipo de violência foram atendidas no Centro de Referência. Esse número equivale a 70,32% do serviço prestado em todo o ano de 2022, quando 246 mulheres foram atendidas durante os 12 meses.
O Brasil registrou em 2022 o maior número de casos de estupro da última década, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no dia 20 de julho. Ao todo, foram 74.930 vítimas, uma média de 205 estupros por dia, o que representa um aumento de 8,2% na comparação com 2021. A taxa é de 36,9 casos para cada 100 mil habitantes.
Os números levam em conta apenas os casos que foram denunciados às autoridades policiais e incluem tanto estupro (18.100 casos) quanto estupro de vulnerável (58.820) — como são classificados os casos no qual a vítima tem menos de 14 anos ou quando ela não tem condição de consentir.
A pena prevista para o criem de estupro no Brasil é de reclusão de 6 a 10 anos.
Agosto Lilás – A deputada Camila Toscano tem um trabalho voltado para a defesa das mulheres e combate a violência. É da deputada a Lei 11.918/2021 que Institui na Paraíba a Campanha “Agosto Lilás” para sensibilizar a sociedade sobre a violência contra as mulheres. Além dessa, a parlamentar é autora de outras diversas leis que protegem as mulheres paraibanas.