Saúde
Química do clique produz potente terapia anticâncer
Esta técnica de montagem das substâncias é muito mais simples do que o processo tradicional de bioengenharia.
Clique contra o câncer
A curiosa técnica conhecida como “química do clique”, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina no ano passado, acaba de produzir um fruto de primeira qualidade: Uma potente terapia anticâncer com efeitos colaterais mínimos.
A química do clique é uma técnica na qual os blocos de construção molecular se encaixam de forma rápida e eficiente, como se fossem peças de Lego, facilitando muito o desenvolvimento de novos compostos, incluindo fármacos.
Peter Szijj e colegas da Universidade de College de Londres criaram uma nova terapia anticancerosa plugando três componentes: Um visando a célula cancerígena, outro recrutando um glóbulo branco, chamado célula T, para atacar a célula cancerígena, e um terceiro componente destinado a eliminar parte das defesas da célula cancerígena.
Um dos três componentes, uma enzima chamada sialidase, que remove os açúcares que a célula cancerosa usa para se esconder, foi especialmente eficaz em matar células de câncer de mama em laboratório. Os pesquisadores afirmam que isso mostra que a enzima – que só recentemente começou a ser explorada na pesquisa do câncer – tem potencial para ser a base de uma nova geração de agentes anticâncer.
“A química do clique é uma maneira mais rápida e adaptável de construir esses agentes anticancerígenos multifuncionais do que a engenharia de proteínas. É relativamente fácil anexar ‘alças’ de clique às proteínas para que você possa tentar muitas combinações rapidamente para testar o que pode funcionar melhor. Usando a engenharia de proteínas, você precisa de um mecanismo separado para cada componente,” disse Szijj.
Diminuir efeitos colaterais
Os pesquisadores também adicionaram uma quarta molécula ao seu fármaco, a biotina, que permitiu visualizar o quão bem os três outros componentes se ligam aos seus respectivos alvos.
Além disso, isso significa que esse quarto componente pode vir a ser substituído por outra pequena molécula com uma função diferente, para minimizar os efeitos colaterais, por exemplo, mascarando a construção da proteína até que ela atinja seu alvo pretendido, o tumor.
Essa substância contendo a enzima sialidase agora precisará ser testada em animais antes que qualquer teste envolvendo humanos possa começar.