Agências humanitárias apontam desafios da ação no Níger

Agências humanitárias fornecem ajuda ao Níger, apesar dos desafios da estação chuvosa. Além da atual crise política, chuvas no país causaram inundações que já deixaram 38 mil pessoas precisando de auxílio urgente.

Este ano, cerca de 4,3 milhões de pessoas precisam de ajuda no país que desde finais de julho é liderado por militares. A junta tomou o poder e deteve o presidente Mohamed Bazoum.

Dinheiro e alimentos

Na semana passada, cerca de 22 mil pessoas receberam ajuda em dinheiro e alimentos na região de Maradi, no centro.

A ONU busca, com as autoridades de facto e parceiros, identificar e preparar um local para acomodar cerca de 13 mil deslocados internos em Ouro Gueladjo, na região de Tillabéri. 

A ação da junta militar levou a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, a impor sanções limitando o acesso do Níger a serviços bancários, comércio, trocas com os países vizinhos e fechando as fronteiras. 

Esta série de medidas foi seguida de restrições dos principais doadores e condicionamento do financiamento ao país da África Ocidental. 

Recrutamento e uso de crianças

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, disse que fronteiras fechadas podem afetar o fluxo de entrega de suprimentos essenciais, incluindo a cadeia de frio para conservar vacinas, medicamentos essenciais e alimentos terapêuticos prontos para uso. A rede elétrica do Níger opera com 70% da capacidade.

A agência revelou ainda que grupos armados não estatais continuam ativos e a causar deslocamentos populacionais no Níger, particularmente na região central de Tillabéri. 

O Unicef alerta para o aumento no risco de recrutamento e uso de crianças, da separação familiar e da violência de gênero.

A agência aponta que estratégias negativas de enfrentamento destas questões podem levar ao casamento e ao trabalho infantis.