ECONOMIA
Bolsa volta a cair e dólar sobe com piora de perspectiva fiscal
O recente aumento dos juros nos EUA tem pressionado os ativos brasileiros, que já enfrentam sérios problemas com as propostas do Governo Lula de arrecadação emperradas no Congresso Nacional. Investidores, nesta segunda-feira (21), mostraram-se cautelosos, aguardando clarificações sobre o quadro fiscal na Câmara dos Deputados.
O Congresso tem sido lento para avançar medidas de arrecadação, com iniciativas como a tributação de fundos offshore retornando à etapa inicial de tramitação legislativa. Embora estivesse na Medida Provisória do reajuste do salário mínimo, a taxação tem chances de ser derrubada. A retomada do voto de qualidade no Carf, uma expectativa do governo para angariar recursos, ainda aguarda relatório na CAE do Senado.
Por outro lado, medidas que aumentam despesas, como o reajuste de servidores e a correção do salário mínimo, avançam. Propostas como a correção da tabela de IR podem reduzir a receita estatal em cerca de R$ 6 bilhões no próximo ano.
Diante deste panorama, os juros futuros tiveram aumento em todos os prazos. Entretanto, as projeções para cortes futuros da Selic mantêm-se consistentes, com o mercado prevendo três reduções de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom.
No front acionário, o IBOVESPA declinou 0,86%, fechando a 114,4 mil pontos, acumulando uma queda de 6,14% em agosto. Enquanto isso, o dólar, influenciado por juros mais elevados nos EUA, valorizaram-se 0,16% frente ao real, cotando-se a R$ 4,97 às 17h.