Politíca
Legado da sindicalista Margarida Maria Alves foi relembrado em Audiência da ALPB
o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em Alagoa Grande, recebeu lideranças políticas, sindicais e de movimentos sociais para relembrar o legado e a memória de Margarida Maria Alves. A homenagem foi uma iniciativa da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) através da Comissão de Direitos Humanos e Minorias por solicitação dos deputados estaduais Chió, Bosco Carneiro e Cida Ramos.
Chió, que também é o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ressaltou a importância do evento para manter viva toda a luta da sindicalista que serve, até os dias atuais, para alertar sobre os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
“Mesmo que de forma singela, o parlamento paraibano, poder estar aqui rememorando e vivendo um momento como esse é de fundamental importância. Somos a voz do povo e precisamos estar onde o povo esteja e se sinta representado. A gente, talvez, não tenha a dimensão do legado de Margarida, do que ela representou e do que um atentado como aquela impactou na vida de milhares de outros trabalhadores e trabalhadoras pelo país afora. Foi um atentado que fez refletir na sociedade a necessidade de a gente garantir direitos para as trabalhadoras e trabalhadores do campo”, ressaltou o presidente da comissão.
Mesmo promovida pela Casa de Epitácio Pessoa, a comissão optou por realizar a solenidade no sindicato cuja história de décadas foi escrita por Margarida.
Bosco Carneiro, que também esteve presente na solenidade, falou sobre a importância do local.
“Esse é um local muito simbólico. Por isso, essa homenagem significa, também, uma homenagem a todas as pessoas que trabalham e que lutam em defesa do povo, do social, de justiça social. Todos que estão aqui e que repercutem as ideias de Margarida são as sementes que Margarida plantou e hoje milhares de margaridas lutam por direitos sociais representando todos nós em todo o país. E por ser de Alagoa Grande, agradeço a presença de todos vocês aqui”, avaliou o parlamentar.
O evento contou com apresentações culturais e com a presença de Antonio Barbosa, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária na Paraíba (Incra), que, além de palestrar sobre a vivência com o caso e assassinato de Margarida Maria Alves, parabenizou a Casa pela Audiência Pública.
“Felicito a Assembleia nas pessoas de Chió e Bosco, que aqui estão, que com esse gesto de direitos humanos, eles dignificam o Poder Legislativo do nosso estado.
Advogado da sindicalista, Antonio Barbora relembrou a dificuldade de investigação do assassinato que, até os dias atuais, ainda não teve nenhum indivíduo responsabilizado.
“Muitos advogados, delegados e juízes não tiveram coragem de estar e apurar o caso. Eu me recordo que durante a investigação do caso, sete pessoas desapareceram em queima de arquivo. Margarida foi assassinada pelo latifúndio conservador”, relembrou.
Também estiveram presentes o vice-prefeito de Alagoa Grande, João Bosco Carneiro Neto; Vera Lúcia da Silva, representante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande; Nilza da Silva, representando o Movimento de Mulheres Trabalhadoras da Paraíba e Arimatéa França, representando a secretária do Desenvolvimento Humano, Pollyanna Dutra.