Saúde
Suicídio: a desistência da vida ou o desejo de acabar a dor da ´alma´ ? É preciso falar!
Por Eliabe Castor
Tão permanente quanto a morte, é a lacuna que ela deixa. Essa sensação é potencializada, especialmente, quando a partida não é esperada. Talvez o vazio mais acentuado resida quando se perde alguém por praticar o suicídio. Fica a dúvida dos familiares e amigos, buscando respostas quase sempre não explicáveis se, de alguma forma, poderiam ter evitado a tragédia e indagações dos reais motivos de alguém atentar contra seu próprio ser
E nesse delicado assunto, não é raro identificar amplo tabu, estando ele a gravitar em questões éticas, religiosas e sociais. Discutir abertamente uma dor, uma chaga real e exposta a cada dia. É algo quase “pecaminoso”, sobretudo em países que herdaram a cultura judaico-cristã, no qual o suicida será “penalizado” após a morte.
E aqui não vou adentrar na seara dos dogmas religiosos, tampouco expor números; índices que apontem suicídios, sejam aqui ou alhures. Não é esse meu objetivo, muito menos tentar explicar os motivos que levam uma pessoa a buscar a “autodestruição”, não como forma de aniquilar sua vida e, sim, debelar uma dor insuportável que leva o indivíduo a buscar uma solução final para o “alívio” dos seus problemas.
O fato concreto é que o suicida não observa mais as equações que possam resolver suas dores, seus problemas. Ele entra numa espécie de transe, que pode levar semanas planejando sua partida, ou de forma abrupta, por simples impulso; “resolver” o fator dor. Aquilo que lhe aflige.
E não cabe a mim, ou a ti, leitor, julgar tais atos. Todos, todos mesmo, são muito particulares e peculiares. O que posso afirmar, com a certeza, é que alguns sinais são visíveis naquele que está a pensar em “ir” e não mais viver; porém digo, em causa própria, que antes de tomar a dura decisão de cometer o “autoextermínio”, sinais são emitidos em formas mil, que exponho em link abaixo.
Faz-se importante afirmar que minhas letras não são um manual, longe disso. Têm elas o ato de prevenir o suicídio. A intenção é dar ciência àquele que neste exato momento pensa em tirar a própria vida. Mesmo que a dor do mundo pareça gigantesca, não desista!. Eu não desisti, e hoje sou testemunha viva do quanto é lindo e bom o viver.
E para aqueles ou aquelas que perderam um familiar; ou que estão ajudando alguém com dificuldades neste plano, saiba que não é defeito moral de ninguém quando se está com ideação suicida. Muito menos há “maldição” celestial ou algo do gênero.
E aqui vai um conselho que vale, literalmente, uma vida. Se algo for detectado, um mínimo de desestabilização na conduta emocional daquele próximo a ti, ou mesmo em si, procure conversar. Aconselhar e ser aconselhado. No mundo acelerado de hoje, a depressão se faz presente nos lares. Depressão e outros transtornos mentais.
Mas, com o diálogo, acompanhamento médico e psicológico e, se necessário, o uso de alguns medicamentos previamente prescritos, dores diminuirão ao ponto de serem sanadas e, claro, o suicídio, digo, o pensamento suicida, desaparecerá. Como disse Roberto Benigni: A vida é bela! La vita è bella!
E fica uma dica! Independente de você, leitor, ou mesmo outra pessoa, passar por eventuais dificuldades, deseje um bom dia para seu eu ou ao próximo. Um simples sorriso ou abraço é “soro” da vida para todos nós, afinal, ninguém é feliz sozinho, como um dia disse o poeta.
E salve o “Setembro Amarelo”. Viva a vida! Viva… “Carpe diem”. Colha o dia, aproveita o momento!
E um toque de espiritualidade nesta receita também vale.
Segue link do Ministério da Saúde sobre o tema: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/suicidio-prevencao