Saúde
Descoberta sobre mecanismo da memória viabiliza novas terapias para Alzheimer
Mudança de paradigma
Cientistas fizeram uma descoberta que eles afirmam ser uma “mudança de paradigma” em relação aos mecanismos necessários para a aprendizagem e a memória.
A descoberta deverá ter impacto na busca por terapias para a doença de Alzheimer e, potencialmente, para a síndrome de Down.
Há mais de 30 anos, os cientistas e médicos acreditam que a potenciação de longo prazo (ou LTP, do inglês Long Term Potentiation), que é crucial para a aprendizagem e a memória, funciona com base nas ações de uma enzima conhecida como CaMKII.
Mas a equipe desmontou essa “crença científica na rota enzimática”, mostrando que, na verdade, a LTP (potenciação de longo prazo) depende de funções estruturais da CaMKII, e não de suas funções enzimáticas.
Isso é crucial porque abre a possibilidade do uso terapêutico de uma nova classe de inibidores que visem apenas a atividade enzimática da CaMKII, mas não as funções estruturais necessárias para a memória e a aprendizagem, potencialmente eliminando os riscos de efeitos colaterais danosos.
“As implicações são que uma certa classe de inibidores da atividade CaMKII poderia realmente ser usada cronicamente para tratar doenças cerebrais, incluindo a doença de Alzheimer,” disse o professor Ulrich Bayer, da Universidade do Colorado (EUA). “Isso é uma novidade, já que se pensava anteriormente que qualquer inibidor da atividade da CaMKII bloquearia a plasticidade sináptica subjacente ao aprendizado e à memória, de modo que seu uso crônico seria contra-indicado.”
A equipe já está testando essas previsões, para confirmar se elas podem de fato alterar as terapias para tratamento de condições neurológicas.