Internacional
Japão inicia segundo despejo de águas residuais de Fukushima
Usina planeja liberar mais 7.800 toneladas de água tratada no Oceano Pacífico ao longo de 17 dias. Japão assegura que processo é seguro. China protesta e suspende importações
o Japão começou a liberar no oceano um segundo lote de águas residuais radioativas tratadas da usina nuclear de Fukushima, destruída por um tsunami devastador em 2011.
A operadora da usina, a Tokyo Electric Power Company Holdings (Tepco), informou às agências de notícias que a descarga começou às 10h18 (22h18 da quarta-feira em Brasília). A empresa ativou uma bomba para diluir a água tratada com grandes quantidades de água do mar, enviando lentamente a mistura para o oceano, através de um túnel subterrâneo.
A primeira descarga de águas residuais da estação começou em 24 de agosto e terminou em 11 de setembro, efetivando uma descarga total de 7.800 toneladas de água tratada de dez tanques, de acordo com a Tepco. Nesta segunda fase, a usina planeja liberar no Oceano Pacífico outras 7.800 toneladas ao longo de 17 dias.
Primeiro lançamento considerado seguro
Desde o desastre, cerca de 1,34 milhão de toneladas de águas residuais radioativas foram armazenadas em cerca de mil tanques na usina.
” A primeira liberação foi conduzida conforme planejado e de forma segura”, disse o porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno, à imprensa, enfatizando que não foram detectadas quaisquer anomalias, e que o governo “continuará a comunicar, tanto no nível nacional como internacional, os resultados da monitorização dos dados de forma altamente transparente”.
Apesar de Tóquio insistir que a água tratada não apresenta riscos à saúde, a China criticou a medida e proibiu a importação de mariscos do país. O governo japonês informou que apelará para Pequim “eliminar imediatamente as proibições de importação de alimentos japoneses e agir com base em justificativas científicas”.
A água eliminada foi filtrada para remover elementos radioativos, com exceção do trítio, mantido em níveis seguros, segundo a Tepco. O despejo completo, que deverá levar décadas para ser concluído, visa abrir espaço para a remoção de combustível radioativo perigoso e detritos dos reatores danificados da usina.