Internacional
Governo de esquerda da Colômbia pede ao embaixador de Israel que deixe o país
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, disse nesta segunda-feira (16) para o embaixador de Israel, Gali Dagan, deixar o país, em meio a uma crise na relação bilateral entre as partes por conta do posicionamento do presidente Gustavo Petro em relação à guerra no Oriente Médio.
“A história da diplomacia universal registrará como marco a insensata arrogância do embaixador israelense na Colômbia para com Gustavo Petro, presidente da República. Vergonha. Devia no mínimo pedir desculpas e ir embora. Inteligência se enfrenta com inteligência. Há Estados em jogo”, disse o chanceler em uma mensagem na rede social X (antigo Twitter).
Petro, que mantém um embate nas redes sociais com a comunidade judaica mundial, ameaçou neste domingo (15) suspender as relações diplomáticas com Israel em resposta à decisão do país de interromper as exportações de segurança para a Colômbia devido a “declarações hostis e antissemitas” do governante colombiano.
“Se tivermos que suspender as relações exteriores com Israel, nós as suspendemos. Não apoiamos genocídios”, afirmou Petro.
Pouco antes, o governo de Israel havia informado que telefonou à embaixadora da Colômbia, Margarita Manjarrez, para manifestar seu repúdio às manifestações de Petro nas quais demonstra o seu claro apoio à causa dos palestinos sem condenar explicitamente o assassinato e sequestro de centenas de civis israelenses pelo Hamas.
“Em resposta, como primeira medida, Israel decidiu interromper as exportações de segurança para a Colômbia”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat.
Em uma outra mensagem publicada nesta manhã, Leyva já tinha se referido à tensa relação entre Petro e o governo de Israel ao salientar que “o presidente da Colômbia deve ser respeitado” e apresentando-o como “o autor da Doutrina da Paz Total para seu país e para o mundo” que “busca uma solução definitiva para Israel e a Palestina baseada em uma visão histórica.
“Não pode ser destruído com insolência ou sujeira intelectual. Estão equivocados”, argumentou o chefe da diplomacia colombiana.
A crise diplomática sem precedentes com Israel, país que é um grande exportador de armas e sistemas de segurança para a Colômbia, surpreendeu vários setores da sociedade que pediram ao presidente prudência na gestão das relações externas.
“As relações internacionais devem ser tratadas com serenidade e respeito pelos canais que a diplomacia construiu ao longo do tempo. Não pode ser fruto de um momento de efervescência. O que está em jogo são os interesses do país”, afirmou a Ouvidoria Pública na sua conta no X.