Politíca
Feminista é a primeira mulher negra eleita presidente do diretório municipal do PCdoB em João Pessoa
Professora, negra, feminista, da periferia e militante dos movimentos antirracistas, de LGBTQIA+ e de indígenas. Esse é o perfil da nova presidente do diretório municipal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em João Pessoa. A pessoense Rosiane Cruz de Morais (na foto), 46 anos, mais conhecida como Rosi Morais e oriunda da zona rural da capital paraibana (Bairro de Gramame), entra para a história do partido por ser a primeira mulher negra a ocupar esse cargo em João Pessoa.
“A escolha do meu nome foi para unificar o partido em João Pessoa, porque circulo bem entre os setores e movimentos de mulheres, nas atividades antirracistas e no segmento LGBTQIA+”, avalia Rosi Morais, casada, mãe de uma filha (Ana Vitória) e professora da rede municipal de ensino da capital. Ela é mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Rosi foi eleita presidente por unanimidade no último sábado (21), durante a conferência municipal do PCdoB, realizada no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep), no Centro da capital. Sob o tema ‘Revigorar o partido e fortalecer a democracia’, a conferência teve como principal objetivo o início das discussões em torno das eleições municipais de 2024.
“Ela foi eleita por unanimidade. E o PCdoB tem dado prioridade e muita atenção às mulheres”, diz o psicólogo e advogado Waldir Porfírio, militante comunista que também é escritor, poeta, mestre em Direitos Humanos e que atua no governo da Paraíba.
Waldir Porfírio lembra que, além de Rosi Morais em João Pessoa, o PCdoB tem a atual ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil do governo Lula (PT), Luciana Santos, como presidente nacional; a presidente da Junta Comercial do Estado da Paraíba (Jucep), Gregória Benário, na direção estadual; e a advogada Glauce Jácome, como presidente do diretório municipal de Campina Grande. “É o protagonismo das mulheres do PCdoB”, aponta Porfírio.
Com inserção nos movimentos negro e de indígenas, Rosi Morais fez seu trabalho de mestrado com as mulheres Tabajara, do município do Conde, município da Região Metropolitana de João Pessoa. Ela trabalhou com mulheres rurais e de comunidades tradicionais do litoral sul da Paraíba, realizando organização de grupos formais e informais.
Ela lembra que sua formação feminista foi construída na União Brasileira de Mulheres (UBM), pelas mãos e orientações das militantes comunistas Lúcia Rocha e Lourdes Meira. “O movimento de mulheres é uma importante ferramenta de formação de liderança e também de quadros de nosso partido”, ressalta Rosi, acrescentando: “Eu considero muito importante falar sobre ser negra e a primeira mulher negra a ocupar esse cargo no PCdoB”.
Para ela, é necessário dar visibilidade ao trabalho das mulheres nos partidos políticos. “Pois, nós mulheres, somos a maioria da população, a maioria do eleitorado, mas de menor visibilidade e de ocupação de espaços, principalmente para as mulheres negras”, enfatiza.