AGRICULTURA & PECUÁRIA
Biogás revela potencial da agropecuária
O Brasil tem potencial para produzir 82,5 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano, conforme a Associação Brasileira de Biogás (ABiogás). No entanto, a produção atual é de 2,89 bilhões de metros cúbicos anuais, com a maior parte originando-se de Resíduos Sólidos Urbanos em aterros sanitários (74,2%).
Na agropecuária, o biogás é gerado por biodigestores em projetos que abrangem suinocultura, bovinocultura, produção de milho, soja, mandioca, laticínios e abatedouros, principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Esses projetos utilizam a “digestão anaeróbia” para extrair biogás, um processo que ocorre em ambientes sem oxigênio.
Tiago Nascimento Silva, profissional com mais de 17 anos de experiência em gestão de aproveitamento de biogás e biometano, explica que o potencial é maior na agropecuária. Contudo, os projetos são pequenos e médios e muito pulverizados. “O aumento pode vir com tecnologias que viabilizem projetos pequenos e médios, tropicalização de tecnologia e incentivos do governo”, orienta.
Para instalar um biodigestor na agricultura, é crucial avaliar a viabilidade técnica ao concentrar os resíduos em um único local. Estudos detalhados, incluindo análises laboratoriais para determinar potencial, blend de resíduos ideal e temperatura local, são essenciais. Verificar o uso local de energia é fundamental para otimizar o aproveitamento do biogás. Após essas etapas, é necessário elaborar um Business Plan (BP) e buscar financiamento, se necessário. O retorno do investimento, considerando estudos iniciais, licenciamento, importação, fabricação, montagem e comissionamento, geralmente ocorre em 18 a 24 meses.
A geomembrana, principal material em sistemas de biogás para resíduos sólidos urbanos, indústria e agropecuária, é fornecida pelo Grupo Nortène. A linha de geossintéticos da empresa oferece resistência química, durabilidade mecânica contra vento e baixa permeabilidade ao metano. Essa solução é essencial para conter o biogás e prevenir a contaminação do solo, lençol freático e ar.