Saúde
Colete cardíaco monitora o risco de eventos cardíacos súbitos
O projeto é que o protótipo experimental se transforme em um sistema de diagnóstico cardíaco de vestir
Imagens mais sinais elétricos
Um colete capaz de mapear detalhadamente a atividade elétrica do coração promete identificar melhor as pessoas com alto risco de morte cardíaca súbita.
Hoje, o mapeamento detalhado da atividade elétrica do coração exige a inserção de um catéter dentro da cavidade cardíaca, o uso de dispositivos de uso único caros e complicados de serem configurados, além de envolverem radiação.
E monitorar esses sinais elétricos, que fazem com que nossos corações se contraiam, regulando nossos batimentos cardíacos, é crucial para pacientes que apresentam distúrbios do ritmo cardíaco.
Para superar essa lacuna de monitoramento e diagnóstico, Matthew Webber e colegas do Colégio Universitário de Londres (Inglaterra) desenvolveram um sistema de imageamento eletrocardiográfico para ser embutido em uma roupa que só precisa ser usada pelo paciente durante cinco minutos.
Os dados elétricos dos 256 sensores do colete podem ser combinados com imagens detalhadas de estruturas cardíacas obtidas por ressonância magnética para gerar modelos digitais 3D do coração e das ondas de atividade elétrica que fluem através dele.
“Nós identificamos um problema na cardiologia. A imagem cardíaca fez progressos notáveis nas últimas décadas, mas a parte elétrica do coração nos escapou. A tecnologia padrão para monitorar a atividade elétrica do coração, o eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações, quase não mudou em 50 anos. Acreditamos que o colete que desenvolvemos pode ser uma ferramenta de triagem rápida e econômica e que a rica informação elétrica que ele fornece pode nos ajudar a identificar melhor o risco de ritmos cardíacos potencialmente fatais das pessoas no futuro,” disse o Dr. Gaby Captur, coordenador da equipe.
O sistema de eletrodos é reutilizável, podendo ser lavado.
Monitoramento
Este novo sistema de diagnóstico de vestir também pode ser usado para avaliar o impacto de diferentes medicamentos sobre a saúde de cada paciente, do uso de novos dispositivos cardíacos e de intervenções no estilo de vida sobre a saúde cardíaca.
O colete é reutilizável porque ele utiliza eletrodos secos, que podem ser lavados entre os usos, em vez de eletrodos metálicos, que requerem uma camada de gel entre o eletrodo e a pele. No momento, a equipe está testando o dispositivo para mapear o coração de pessoas com doenças como cardiomiopatia hipertrófica e cardiomiopatia dilatada.