Saúde
Descoberto analgésico não opioide para tratar dor crônica
Há poucos meios eficazes de lidar com a dor neuropática, o que tem levado a tecnologias inovadoras, como resfriar os nervos para dar um alívio na dor.
Alternativa aos opioides
Pesquisadores descobriram um novo tratamento analgésico para a dor neuropática, um dos tipos de dor mais difíceis de tratar e que hoje depende dos problemáticos analgésicos opioides, que geram dependência química como as drogas ilegais, além de serem apenas moderadamente eficazes.
A dor neuropática geralmente é causada por danos aos nervos de vários tecidos do corpo, incluindo pele, músculos e articulações. Ela pode fazer com que os pacientes sofram sensações como choques elétricos, formigamento, queimação ou sensações de facada. Diabetes, esclerose múltipla, medicamentos quimioterápicos, lesões e amputações têm sido associados à dor neuropática, que é muitas vezes crônica, implacável e afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Muhammad Yousuf e colegas das universidades de Austin e Dallas (EUA) descobriram agora uma substância que reduz a hipersensibilidade dos nervos ao se ligar a uma proteína envolvida com a geração da dor neuropática.
“Nós descobrimos que é um analgésico eficaz e os efeitos foram bastante duradouros,” disse o professor Stephen Martin. “Quando o testamos em diferentes modelos – neuropatia diabética e neuropatia induzida por quimioterapia, por exemplo – descobrimos que este composto tem um efeito benéfico incrível.”
A nova substância, denominada FEM-1689, não envolve os receptores opioides no corpo, tornando-a uma possível alternativa aos analgésicos existentes ligados à dependência química. Além de reduzir a sensibilidade, a substância pode ajudar a regular a resposta integrada ao estresse (RIS), uma rede de sinalização celular que ajuda o corpo a responder a lesões e doenças. Quando bem regulada, a RIS restaura o equilíbrio e promove a cura. Quando dá errado, a RIS pode contribuir para doenças como câncer, diabetes e distúrbios metabólicos.
“Nosso objetivo é transformar este composto em um medicamento que possa ser usado para tratar a dor crônica sem os perigos dos opioides,” disse Martin. “A dor neuropática é frequentemente uma condição debilitante que pode afetar as pessoas durante toda a vida, e precisamos de um tratamento que seja bem tolerado e eficaz.”