AGRICULTURA & PECUÁRIA
Agro estuda métricas para participar do mercado de carbono
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) encomendou à Embrapa que acelere os estudos das métricas da produção de soja, gado, café, cana-de-açúcar, entre outros setores do agronegócio, para viabilizar sua entrada no mercado regulado de carbono.
Segundo a senadora Tereza Cristina (PP/MS), o agro deve “salvar a indústria” com a emissão de títulos que remuneram a produção sustentável.
“No mundo inteiro, a agropecuária não está dentro deste mercado ainda. E por que o Brasil deveria ser o puxador disso, sendo que nós ainda não temos as métricas adequadas para podermos medir o que a nossa atividade emite e o que ela captura? Com certeza, nós devemos ter um balanço (…), mas precisa estar estudado e certificado”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.
“Nós já temos uma noção de que o agro vai ser quem vai salvar a indústria, porque nós vamos ter crédito de carbono para vender para a indústria que é emissora”, completou.
Aprovado no apagar das luzes dos trabalhos legislativos de 2023, o projeto de lei que cria o mercado regulado de carbono no Brasil chega ao Senado com uma série de alterações feitas pela Câmara dos Deputados e algumas ressalvas do governo e setor empresarial.
Mas um dos pontos de maior divergência é herança do texto que passou no Senado, em outubro do ano passado, justamente após um acordo costurado por Tereza Cristina com a relatora Leila Barros (PSB/DF), para deixar atividades primárias do agro explicitamente excluídas da regulação.
Como a agropecuária responde por cerca de 25% das emissões brasileiras, há uma preocupação – inclusive dentro do governo –, de que a exclusão desse segmento enfraqueça a efetividade da política.
Por outro lado, produtores rurais resistem à ideia de ter que cumprir um teto de emissões sob o risco de serem penalizados financeiramente com a compra de créditos para compensar o carbono excedente.