Saúde
Câncer da próstata não é uma doença única: São duas doenças diferentes
A descoberta ajudará a melhorar o diagnóstico e os tratamentos
Evotipos
A inteligência artificial ajudou os cientistas a revelar uma nova forma agressiva de câncer da próstata que poderá revolucionar a forma como a doença é diagnosticada e tratada no futuro.
Os dados mostraram que o câncer de próstata na verdade inclui dois subtipos diferentes, denominados evotipos.
Os pesquisadores usaram IA para estudar alterações no DNA de amostras de câncer de próstata (usando sequenciamento completo do genoma) de 159 pacientes.
Eles identificaram dois grupos distintos de câncer entre esses pacientes. Esses dois grupos foram confirmados pelo uso de outras duas abordagens matemáticas aplicadas a diferentes aspectos dos dados. Finalmente, a descoberta foi validada em outros conjuntos de dados independentes do Canadá e da Austrália.
Integrando todas as informações, a equipe conseguiu gerar uma árvore evolutiva que mostra como os dois subtipos do câncer de próstata se desenvolvem, convergindo em última análise em dois tipos distintos de doenças, denominados evotipos.
“Esta compreensão é fundamental, já que nos permite classificar os tumores com base na forma como o câncer evolui, em vez de apenas em mutações genéticas individuais ou padrões de expressão,” disse o professor Dan Woodcock, da Universidade de Oxford (Reino Unido).
Melhorias para todos
O objetivo da equipe agora é desenvolver um teste genético que, quando combinado com a classificação convencional, possa fornecer um prognóstico mais preciso para cada paciente, permitindo decisões de tratamento personalizadas.
“Este estudo é muito importante porque até agora pensávamos que o câncer da próstata era apenas um tipo de doença. Mas só agora, com os avanços na inteligência artificial, conseguimos mostrar que existem, na verdade, dois subtipos diferentes em jogo. Esperamos que as descobertas não só salvem vidas através de melhores diagnósticos e tratamentos personalizados no futuro, mas também possam ajudar os pesquisadores que trabalham noutras áreas do câncer a compreender melhor outros tipos de câncer,” concluiu o professor Colin Cooper, da Universidade de East Anglia (Reino Unido).