AGRICULTURA & PECUÁRIA
Milho sobe mais de 1% na B3 nesta 2ª feira com condições climáticas preocupando para a safrinha
Em Chicago, dia terminou com ligeiras altas, motivadas pela valorização do cereal no mercado brasileiro
A segunda-feira (11) foi, mais uma vez, de preços em alta para o milho no mercado futuro brasileiro. Na B3, o dia termminou com ganhos de 0,75 a 1,5% entre os principais contratos, com o maio valendo R$ 61,60 e o setembro com R$ 61,72 por saca. “No mercado interno as negociações seguem lentas. Condições climáticas para a safrinha e formação de oferta são o principal foco dos operadores. Na cena externa, a alta oferta do cereal exerce pressão sobre os futuros”, afirma o time da Pátria Agronegócios.
Os futuros do cereal sobem no Brasil mesmo diante de baixas registradas na Bolsa de Chicago e do dólar frente ao real, de olho nas condições de clima para a safrinha, que contam com previsões de uma nova onda de calor chegando a regiões-chave de produção. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, a meteorologista Amanda Sousa, da Meteored, os próximos dias serão marcados por temperaturas muito elevadas, próximas a 40ºC em toda metade sul do país.
E há relatos de diversos produtores rurais indicando o sofrimento das lavouras da safrinha em função da falta de chuvas adequadas nas últimas semanas, em especial no Paraná. O plantio continua avançando rapidamente, uma vez que a janela ideal já passou e os riscos climáticos são, portanto, maiores. São cerca de 88% da área já semeada.
“A safrinha continua mostrando que a área deve cair perto de um milhão de hectares neste ano frente ao anterior e isso, pela primeira vez, desde que se começou a plantar a segunda. A cultura sempre crescia ano a ano,
chegando à casa dos 17,5 milhões de hectares que foram plantados no ano passado. O próprio Mato Grosso pode não chegar a 7 milhões de hectares neste ano, frente a quase 7,5 milhões que plantou no ano passado. A expectativa é de que esta safrinha venha perto das 90 milhões de toneladas, contra mais de 106 milhões colhidas no ano passado. Além disso, a comercialização está lenta no Brasil, com apenas 16% já concluída”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Desta forma, a tendência é de que esta seja mais uma semana de calmaria e poucos negócios no mercado brasileiro. O foco do produtor tem estado concentrado em concluir o plantio da safrinha, a colheita da safra de verão e, em alguns casos, a conclusão da safra de soja, como é o caso do Rio Grande do Sul.
Brandalizze explica ainda que as exportações do cereal podem perder um pouco do seu ritmo daqui para frente, uma vez que os portos deverão dar mais espaço à soja, como tradicionalmente acontece neste período do ano. Já internamente, a demanda deverá se mostrar um pouco melhor com o setor de rações buscando um pouco mais de milho agora, já que neste período, explica o consultor, “o mês é um dos melhores em demanda já que o período é de forte ritmo de produção de frangos, ovos e suínos, para onde o milho vai em maior volume, podendo dar fôlego a pequenos ajustes positivos nas próximas semanas”.
No mercado físico, a maior parte das principais praças de comercialização fechou o dia com preços estáveis, e mais uma vez as oscilações foram pontuais. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, alta de 2,17% para R$ 47,00 por saca; em Sorriso, no Mato Grosso, de 0,9% para R$ 33,60 e em Marechal Cândido Rondon, no Paraná, houve queda de 1,79% para R$ 55,00.
MERCADO INTERNACIONAL
Em Chicago, leves altas também foram observadas e a segunda-feira terminou com os preços subindo entre 1,25 e 2 pontos nos principais contratos, com o maio valendo US$ 4,41 e o julho com US$ 4,53 por bushel.
“Nesta segunda-feira, o milho na CBOT atuou com valorização tanto pela alta do trigo, como também pela valorização do milho brasileiro , diante das preocupações com um clima mais quente e seco para abril e maio, o que poderia ser prejudicial para a produtividade do milho safrinha”.