Saúde
Sorria e veja felicidade no rosto dos outros
Voluntária recebendo estímulos elétricos para dar a impressão de estar sorrindo
Sorriso e felicidade
Sorrir por apenas uma fração de segundo aumenta a probabilidade de as pessoas verem felicidade nos rostos de outras pessoas, mesmo que esses rostos sejam inexpressivos.
Para não depender da capacidade dos voluntários de sorrir de modo autêntico, os pesquisadores simularam os sorrisos usando estimulação elétrica diretamente nos músculos faciais.
Os pesquisadores esperam que esta pesquisa possa abrir caminho para novos tratamentos para depressão e distúrbios que afetam a expressão, como Parkinson e autismo.
“A descoberta de que uma ativação controlada, breve e fraca dos músculos faciais pode literalmente criar a ilusão de felicidade em um rosto de aparência neutra ou mesmo ligeiramente triste é inovadora. Isto é relevante para debates teóricos sobre o papel do feedback facial na percepção emocional e tem potencial para futuras aplicações clínicas,” disse o Dr. Sebastian Korb, da Universidade de Essex (Reino Unido).
Induzir sorrisos eletricamente
A equipe usou uma versão modernizada de uma técnica desenvolvida no século 19 pelo médico francês Duchenne de Boulogne. O naturalista Charles Darwin publicou desenhos do trabalho de Duchenne em A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, um importante trabalho sobre a evolução que é largamente negligenciado pela comunidade científica.
Porém, a voltagem foi reduzida para os novos experimentos para garantir a segurança dos participantes e controlar melhor os sorrisos. Usando computadores, a equipe conseguiu controlar o aparecimento de sorrisos com precisão de milissegundos.
Bastou simular um sorriso de 500 milissegundos de duração para que a percepção de felicidade aumentasse entre os voluntários.
“No futuro, esperamos aplicar esta técnica para explorar o reconhecimento de emoções faciais, para pessoas com doenças como Parkinson, que são conhecidas por reduzirem o mimetismo facial espontâneo e prejudicarem o reconhecimento de emoções faciais. Além disso, publicamos diretrizes para permitir que outros pesquisadores comecem a usar a estimulação elétrica muscular facial com segurança,” concluiu Korb.