Nacional
Governo Lula adota postura diplomática ambígua após ataque do Irã a Israel
Por: Roberto Tomé
O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, emitiu um comunicado através do Ministério das Relações Exteriores (MRE) que tem gerado controvérsia em relação ao recente ataque aéreo realizado pelo Irã contra Israel. O pronunciamento oficial, divulgado no último sábado, 13 de abril, durante uma reunião bilateral entre Lula e o presidente iraniano em Joanesburgo, adotou uma abordagem que muitos consideraram como um descaso diplomático em relação ao incidente.
No comunicado, o governo brasileiro optou por descrever o ataque como um simples “envio” de drones e mísseis, minimizando a gravidade do ato que envolveu mais de 200 drones e 400 diferentes tipos de mísseis iranianos, visando áreas civis em Israel, conforme relatado pelo porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari. Apesar da magnitude do ataque, que felizmente não resultou em fatalidades devido aos sistemas de defesa israelenses, o governo brasileiro não emitiu uma condenação explícita ao Irã.
De maneira indireta, o comunicado parece sugerir uma atribuição de responsabilidade a Israel, ao mencionar o “alastramento das hostilidades à Cisjordânia”, território palestino que tem sido palco de conflitos entre as forças israelenses e o grupo Hamas nos últimos meses. O governo Lula, inclusive, rejeita a classificação do Hamas como um grupo terrorista, adotando uma posição que contraria as definições internacionais.
A postura ambígua adotada pelo governo Lula reflete uma tendência recorrente em sua relação amistosa com o Irã durante o atual mandato. Recentemente, o Brasil se absteve de condenar o regime iraniano em uma votação da ONU sobre resoluções relacionadas a denúncias de violações dos direitos humanos no país.
Embora o comunicado destaque a “preocupação” do governo brasileiro com a escalada do conflito na região do Oriente Médio, a falta de uma condenação direta ao Irã tem sido criticada por diversos setores, considerando especialmente a gravidade do ataque e o risco de uma escalada ainda maior das hostilidades na região.
Diante desse contexto, resta aguardar para ver como as relações diplomáticas entre Brasil, Irã e Israel serão afetadas por essa postura adotada pelo governo brasileiro, bem como quais serão as consequências políticas e diplomáticas dessa abordagem ambígua em meio a um cenário internacional já tenso e volátil.