Saúde
Micromaterial libera nanopartículas que destroem só as células do câncer
A atuação das nanopartículas é altamente seletiva, destruindo apenas as células tumorais.
Destruição seletiva do câncer
Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha) desenvolveram micromateriais constituídos apenas por proteínas, que se mostraram capazes de liberar nanopartículas que atacam células cancerígenas específicas, destruindo essas células tumorais durante um longo período de tempo.
Os micromateriais imitam grânulos secretores naturais, encontrados no sistema endócrino, e foram comprovadamente eficazes em modelos de câncer colorretal em camundongos.
A substância é formada por cadeias de aminoácidos conhecidas como polipeptídeos, que são funcionais e biodisponíveis na forma de nanopartículas que podem ser liberadas e direcionadas a tipos específicos de células cancerígenas, para destruição seletiva. Isso evita um dos principais problemas das quimioterapias, que atacam também células saudáveis, causando inúmeros efeitos colaterais.
A equipe analisou a estrutura molecular desses materiais e a dinâmica do processo de secreção, tanto in vitro quanto in vivo. Em um modelo animal de câncer colorretal, o sistema apresentou alto desempenho na administração subcutânea e na forma como as nanopartículas proteicas liberadas se acumularam nos tecidos tumorais.
“É importante ressaltar que esse acúmulo é mais eficiente do que quando a proteína é administrada no sangue. Esse fato oferece uma nova maneira inesperada de garantir altos níveis locais do medicamento e melhor eficácia clínica, evitando assim regimes repetidos de administração intravenosa,” explicou o professor Antonio Villaverde. “No contexto clínico, a utilização destes materiais no tratamento do câncer colorretal deverá aumentar em grande medida a eficiência dos medicamentos e o conforto do paciente, ao mesmo tempo que minimiza os efeitos secundários indesejados.”